As nove candidaturas ao governo do Estado fazem da eleição deste ano a que reúne mais postulantes ao cargo desde a volta das eleições diretas em 1982. A dúvida que fica é se a inflação de nomes representa efetivo aumento de opções aos eleitores e se os chamados nanicos têm força para furar a tradicional tripolarização das forças políticas catarinenses.
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Desde 1998, o roteiro é parecido nas eleições para o governo. Três palanques se armam e reúnem para si mais de 96% dos votos válidos em primeiro turno. Um tem o PP (ou seus antigos nomes), outro conta com o PMDB (agora MDB) e um terceiro, menor, tem o PT à frente – sempre com mais de 15% do eleitorado, mas fora do segundo turno.
Em 2014, Raimundo Colombo (PSD, eleito), Paulo Bauer (PSDB) e Claudio Vignatti (PT) somaram 96,82% dos votos válidos contra 3.18% de outros cinco candidatos. Quatro ano antes, foi ainda maior a concentração: embora sete candidatos concorressem, 99,5% dos votos válidos ficaram com Colombo, Angela Amin (PP) e Ideli Salvatti (PT). Nessas cinco eleições, apenas um nome conseguiu superar os 2% fora da tripolarização: Antonio Carlos Sontag (PSB), em 2006. Fez 2,4%.
Esse resgate serve para mostrar o tamanho do desafio imposto às candidaturas de Moisés da Silva (PSL), Leonel Camasão (PSOL), Rogério Portanova (Rede), Jessé Pereira (Patriota), Ingrid Assis (PSTU) e Angelo Castro (PCO). Não será fácil intrometer-se entre as estruturas tradicionais que rodeiam os protagonistas da eleição – Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD), Mauro Mariani (MDB), em ordem alfabética.
Dos candidatos a outsider, a maior possibilidade de surpresa vem do PSL. Coronel aposentado do Corpo de Bombeiros, Moisés da Silva é o candidato do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) – que lidera as pesquisas em Santa Catarina nos cenários com ou sem Lula (PT). Segundo o Ibope, Bolsonaro tem entre 26% e 28% das intenções de voto no Estado. A transferência desse apoio é uma incógnita a ser medida nas próximas pesquisas e na urna.
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