No começo da semana, os aliados do deputado estadual Gelson Merisio (PSD) na pretensão de concorrer ao governo do Estado comemoraram o que seria a adesão do PDT ao projeto do pessedista. Não seria surpresa, dada a proximidade do único deputado estadual da legenda, Rodrigo Minotto, com o projeto. No entanto, bastaram algumas horas para que outro grupo pedetista, liderado pela prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva (PDT), vir a tona para negar o pré-acordo.
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A história política de Santa Catarina ensina que quando existe alguma dúvida sobre o PDT, é melhor perguntar direto para o ex-ministro e ex-deputado estadual Manoel Dias.
— Não discutimos apoio a ninguém. Nosso projeto é eleger deputados estaduais e federais e para isso precisamos coligar com pequenos e médios partidos.
De certa forma, a fala do ex-ministro corrobora um pouco as versões de Minotto e Ana Paula. O partido projeta conquistar duas vagas na Assembleia e uma na Câmara dos Deputados, que seria para o próprio Manoel Dias. Para viabilizar esse projeto, busca coligação com um grupo legendas que inclui o PSB, o Pros, o PV, o Solidariedade, o PRB e o Podemos. O que esses partidos tem hoje em comum é estarem atrelados ao projeto de Merisio.
— Não temos definição de candidato a governador, mas a nossa tendência é estar com quem esses partidos estiverem — afirma Manoel Dias.
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Embora pequeno no Estado, o PDT tem suas divisões e preferências pontuais. Se Minotto é Merisio, Ana Paula é mais próxima dos deputados federais e pré-candidatos a governador João Rodrigues (PSD) e Mauro Mariani (PMDB) – que já chegou a falar nos bastidores que a prefeita poderia disputar o Senado em sua chapa. A falta de candidaturas concretas é um dado levado em conta na cautela dos pedetistas.
— Faltam oito meses para as eleições e não temos nenhuma candidatura definida. Não podemos esperar por eles, temos que nos antecipar no nosso projeto — diz Maneca.
Pequeno em Santa Catarina, médio no país, o PDT vive um momento de expectativa. Com Lula fora da eleição presidencial, aumentam as chances de Ciro Gomes (PDT) ver sua candidatura crescer junto ao eleitorado de esquerda. A primeira Datafolha, timidamente, mostra isso. É a grande chance dos pedetistas recuperarem o protagonismo que perderam em algum lugar do início dos anos 1990, quando a consolidação da figura de Lula tornou Leonel Brizola eleitoralmente obsoleto.