Raimundo Colombo cumpriu a promessa que fez a Eduardo Pinho Moreira. Entregou o governo ao peemedebista em 14 de fevereiro e se manteve discreto para evitar que pairassem dúvidas sobre quem estava no comando do Estado. Essa espécie de exílio voluntário termina na sexta-feira, também de forma discreta, quando Colombo encaminha à Assembleia Legislativa um ofício com o pedido de renúncia ao cargo de governador.

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A rigor, as férias do pessedista terminaram na última quarta-feira. Mesmo assim, Colombo continuou fora do governo, organizando a mudança da Casa d’Agronômica e conversando com lideranças do partido. Se a renúncia, sexta-feira, será praticamente um ato burocrático, o sábado será de celebração aos pouco mais de sete anos no governo. Em Lages, onde começou sua caminhada política, Colombo será homenageado pelo PSD, fará um balanço de seu governo e lançará sua candidatura ao Senado.

Já ex-governador, o lageano vai destacar a decisão de não aumentar impostos durante o auge da crise econômica – que gerou dificuldades na gestão, mas teve efeitos positivos à sociedade, refletidos na geração de empregos. Colombo vai falar da reforma da previdência em 2015, da renegociação da dívida com a União em 2016, da contratação de mais de 7 mil policiais ao longo dos dois mandatos. Falará de um governo que já é passado.

Com a caneta na mão, Pinho Moreira tem feito tudo para se diferenciar do pessedista desde que assumiu, logo depois do Carnaval. Prioriza destinação de recursos à segurança e à saúde, as duas áreas que recebem maior clamor público por melhorias. No resto do governo, torneiras fechadas e cortes – inclusive nas ex-emblemáticas agências regionais. A dúvida é se conseguirá manter esse ritmo até o final do ano, diante de uma arrecadação ainda titubeante e da resistência dos poderes em devolverem suas sobras orçamentárias.

É da resposta dessa dúvida, pelo menos até as convenções, que depende a candidatura de Pinho Moreira ao governo. A partir do dia 7, o cenário clareia. Colombo sai da Agronômica e da discrição combinada para colocar na rua sua campanha para senador e tentar juntar os cacos do PSD – seja em torno do projeto de Gelson Merisio ao governo, seja no caminho que Júlio Garcia indicar. O peemedebista, por sua vez, tomará posse em definitivo do cargo de governador em um evento na Assembleia Legislativa na semana seguinte. Terá a missão de encerrar o projeto iniciado em uma reunião no apartamento de Colombo em Florianópolis às vésperas das convenções de 2010, quando aceitou retirar sua candidatura ao governo e ser vice do lageano. E joga todas as fichas na construção de um novo projeto – pessoal e peemedebista.

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