Agora candidato a governador, Gelson Merisio (PSD) encerrou a fase de demonstrações de força política com a multifacetada convenção dos 11 partidos que até agora compõem o bloco que sustenta seu projeto. O evento de sábado, chamado de “superconvenção”, lotou diversos espaços da Assembleia Legislativa, com peso semelhante à reunião de mais de 1oo prefeitos no lançamento de sua pré-candidatura, em junho.
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Sempre que precisa mostrar força política, Merisio apresenta suas armas. Agora, terá que provar força eleitoral e a capacidade de articular a composição final de sua chapa – que por enquanto tem seu nome na cabeça-de-chapa e o do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) em uma das vagas ao Senado, ambos aclamados na convenção pessedistas.
Pré-candidato ao governo e maior incógnita do cenário eleitoral, Esperidião Amin (PP) havia prometido um discurso de impacto na festa de Merisio. Obviamente, o pepista não iria surpreender e anunciar a adesão imediata ao projeto. Deu, no entanto, sinais importantes. Garantiu que o PP quer caminhar junto com o PSD e fez referências à forma como Merisio vem construindo seu projeto.
— Já passei pelas tuas tentações. Também já tive que fazer um jogo de corpo mais bruto para conquistar um espaço, também tive que disputar. Eu acho que nada disso te maculou até este momento — disse Amin em seu discurso.
O pepista voltou a pedir que Merisio faça um esforço para trazer para o projeto outros partidos e lideranças com origem partidária comum – os pré-candidatos Paulo Bauer (PSDB) e João Paulo Kleinübing (DEM), ex-pefelistas. Até que ponto é um apelo ou uma senha para sedimentar um projeto próprio, é a dúvida que permeará as próximas semanas – especialmente até a convenção do PSDB, marcada para domingo em Joinville.
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Ao falar, Merisio fez reiterados elogios a Amin e a Colombo. Prometeu mudanças profundas e um novo jeito de governar – extinguindo 1,2 mil dos 1,4 mil cargos comissionados existentes, por exemplo – mas sem deixar de louvar o que foi conquistado em outras gestões. Citou especificamente, além do pepista e do pessedista, Vilson Kleinübing.
Não só ignorou nessa linha do tempo o ex-governador Luiz Henrique da Silveira, como voltou a mirar o MDB como alvo – “especialistas em atrasar salários”. Ainda com duas vagas abertas na chapa – vice-governador e senador – Merisio precisa trabalhar para garantir a adesão de Amin ao projeto, talvez com Kleinübing de brinde, e consolidar como o novo rosto do campo político dos herdeiros de PDS/PFL. O medo dos pessedistas, e isso estava explícito no sábado, é que Amin reúna tucanos e demistas e os isole.
É com essas variáveis que todos vão trabalhar nos próximos e decisivos dias. Em 2010, quando comemorava a vitória completa da chapa que levou Colombo ao governo e ele mesmo ao Senado, Luiz Henrique trouxe um de seus ditados para explicar o sucesso da composição:
— Como diz o caboclo que organiza carreira de cavalo, a gente ganha a carreira no atar. E nós atamos bem.
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