Uma luz amarela acendeu em todos os comitês de campanha dos candidatos adversários de Gean Loureiro (DEM) na disputa pela prefeitura de Florianópolis. A primeira pesquisa Ibope apresentou o atual prefeito com 44% das intenções de voto, 29 pontos a mais do que Angela Amin (PP), nominalmente a segunda colocada, embora a margem de erro aponte triplo empate entre ela, Pedrão (PL) e Elson Pereira (PSOL).

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A menos de um mês e meio do primeiro turno das eleições, marcado para 15 de novembro, o cenário que se apresenta é de amplo favoritismo de Gean na disputa pela reeleição e chances reais até de vencer no primeiro turno. O alento para os adversários, no entanto, está na história política recente e no próprio desempenho do demista quando exposto ao amplo favoritismo.

Voltemos quatro anos no tempo. Gean e Angela Amin estavam no segundo turno das eleições em Florianópolis. A primeira pesquisa Ibope da disputa polarizada – em 10 de outubro de 2016 – mostrou que ele tinha 53% das intenções de voto, 27 pontos a mais do que a adversária. A vantagem é semelhante à que apresentou o Ibope na última segunda-feira. Ao final daquela disputa, Gean venceu Angela por mínimos 1.153 votos.

Na época, a diferença de votos foi pulverizada no horário eleitoral e na campanha de rua em pouco mais de três semanas. A segunda rodada do Ibope naquele segundo turno, dia 21 de outubro de 2016, reduziu a vantagem de Gean sobre Angela para 19 pontos. Escrevi na época que “a virada impossível agora é apenas improvável”. Como a desafiar o analista, a distância caiu mais ainda na última rodada do Ibope antes da votação: em 28 de outubro, Gean tinha nove pontos a mais do que Angela. Com base naquela curva impressionante, escrevi que “o improvável virou possível”. Nas urnas, 50,26% a 49,74%, uma diferença de meio ponto percentual garantiu a vitória a Gean.

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Então, a luz amarela nos comitês de Pedrão, Elson Pereira e da própria Angela aponta para um mesmo exemplo, não muito distante. Essa luz deve ser acesa também no comitê do favorito Gean. Mesmo com o sabor da vitória no fim, embalada pelas famosas urnas do bairro Tapera, as últimas que chegaram quando Angela já comemorava a virada histórica, ele aprendeu que não existe eleição ganha na véspera.

A história da eleição de 2020 em Florianópolis está nos primeiros passos. Muita coisa mudou em relação à disputa de quatro anos atrás. A principal: Gean é o prefeito e será avaliado pelo eleitor pelo que fez e não pela expectativa. O Ibope apresenta a gestão do demista com 58% de ótimo e bom, mostrando que ele tem margem para crescer.

No entanto, o trio Angela, Elson e Pedrão terá, cada um a seu estilo, mais da metade do horário eleitoral para tentar desconstruir a avaliação da gestão de Gean – as principais candidaturas de oposição somam 6min11s contra 2min14s do prefeito em cada programa eleitoral de 10 minutos e proporção equivalente nas inserções publicitárias durante a programação de rádios e televisões. Uma briga que começa na sexta-feira.

Não é só o tempo de propaganda que se apresenta maior equilíbrio nas eleições deste ano. Em 2016, Gean tinha 217 candidatos a vereador em sua coligação e agora são 158. Angela tinha apenas 22 candidatos em sua chapa e agora soma 97. Elson, passou de 35 para 105. Em sua primeira eleição, Pedrão tem 50 candidatos a vereador em seu time. É esse exército que está na linha de frente para a conquista do voto para as chapas majoritárias. A eleição começa, de fato, agora. O impossível, o improvável, o possível e o alcançado ainda estão por ser escritos.

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