Uma regra não escrita da política, talvez uma das mais enfadonhas, é a de que a nova eleição começa assim que apurados os votos da disputa que se encerrou. Nessa lógica, as eleições de 2020 para prefeito e vereadores teve início no início da noite do dia 7 de outubro, quando conhecemos os vencedores do primeiro turno estadual deste ano.
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A disputa pelas três maiores cidades do Estado ganhou corpo a partir dos resultados deste ano. Joinville, Florianópolis e Blumenau vivem situações diferentes. Na cidade do Norte, maior eleitorado do Estado, o prefeito Udo Döhler (MDB) fechará o ciclo de oitos da experiência do empresário bem-sucedido que resolver entrar na política partidária.
Em Florianópolis, Gean Loureiro (MDB) tem o desafio da reeleição, o teste da urna sobre a aprovação da gestão. Em Blumenau, Mario Hildebrant (PSB) também parte para a reeleição, mas quase um referendo sobre sua permanência no comando da cidade que herdou com a renúncia de Napoleão Bernardes (PSDB) em abril para concorrer nas eleições deste ano.
Sobre esses três projetos é que vão ter efeitos os surpreendentes resultados deste ano, especialmente a Onda Bolsonaro – a continuidade dela é o que assusta que está no cargo atualmente. Com os desgastes naturais de dois mandatos, Döhler tem um respiro em Joinville: as urnas que elegeram o vereador Fernando Krelling (MDB) deputado estadual acabam com praticamente qualquer dúvida ou especulação sobre quem deve ser o candidato da situação.
Do outro lado, o deputado estadual Darci de Matos (PSD) conseguiu ser promovido a federal – mas com votação aquém à que esperava para turbinar uma terceira tentativa de conquistar a prefeitura. Por fora, a eleição do vereador e ex-vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) faz dele uma novidade nessa disputa.
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Na Capital, Gean saiu chamuscado. Seus candidatos a deputado estadual e federal ficaram muito longe de conquistar mandatos. Além disso, o prefeito assumiu a condição de coordenador regionais da campanha de Mauro Mariani (MDB) ao governo e acabou trazendo para si parte do insucesso do emedebista. A oposição, no entanto, tem problemas.
O PSD vive a ressaca da votação inexpressiva na cidade do ex-prefeito Cesar Junior na eleição para deputado federal. Vereador mais votado do Estado em 2016, Pedrão Silvestre (PP) não disputar a eleição e acabou ofuscado – dando margem para que os Amin mantenham o privilégio de concorrer. Na esquerda, o PSOL teve boas votações com Elson Pereira e Marquito para deputado estadual, mas não conquistou cadeiras. Fato novo é a eleição do vereador Bruno Souza (PSB) para deputado estadual. Com apoio de setores do Novo e o discurso liberal e jovem, virou automaticamente pré-candidato a prefeito.
Na Blumenau de Hildebrant existe algo que as outras duas cidades ainda não tem: um nome natural do PSL. Deputado estadual mais votado do Estado, o vereador Ricardo Alba sai na frente na capital catarinense do bolsonarismo. É o maior desafio do atual prefeito, do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), dos petistas Décio e Ana Paula Lima, agora sem mandato, ou quem mais vier.
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