Mudaram os procuradores, o diretor da Polícia Federal (duas vezes), mas a rotina da descoberta de novos assaltos ao erário continua. A mão que afana é a mesma que pede votos. Por enquanto, em meio ao desastre da corrupção, está na imprensa livre a única salvaguarda de que a sociedade não padecerá eternamente desta corruptela de democracia – a cleptocracia.

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O prontuário da má política continua desfilando pelas colunas de jornal como um tema obsessivo. Tudo sob o patrocínio de mais dois bilionários fundos partidários, ou seja: o cofre do dinheiro público duplamente assaltado.

Lamentável que estas cenas de horror pareçam ser a ordem natural das coisas. O regime da mais absoluta “normalidade”. Este nível moral era alegremente compartilhado por todos os partidos. Claro que o mal não se justifica apenas por ser quase generalizado. Mas a solução passa por uma reforma política e administrativa que os políticos jamais aceitarão fazer.

Então, quem as fará?

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Cada vez mais nos escapa a percepção de que ainda há muitos políticos honestos. Ou navegaríamos num mar de desesperança. Só que estes precisam se sentir incomodados com as más companhias. Não basta figurar passivamente na “maioria silenciosa”. Só a pressão popular, manifestada pelo voto e por uma revolução ética e moral, poderá reverter  esta triste realidade.

Primeira providência: o fim da “infidelidade partidária”, o verdadeiro ovo da serpente a estimular o “balcão de negócios”.

Segunda: uma reestruturação funcional nas carreiras de Estado, tendo como único filtro a admissão por concurso público. Eliminar-se-ão, assim, os “sanguessugas partidários”, agentes do famoso refrão (e cifrão) do “caixinha, obrigado”.

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O objetivo de cada político-paroquial não tem sido o bem comum, a pátria, ou a democracia representativa, que se traduz no perpétuo ideal do humanismo. Infelizmente, tudo o que interessa é a próxima eleição.

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Enquanto a mentalidade for essa, viveremos de “Lava a Jatos” e “Aves de Rapina”.

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