Como o planeta sugere, a bola é uma obsessão. Mas se a Terra é “achatada nos polos e dilatada no equador”, a torcida brasileira  espera, sinceramente, que na próxima sexta-feira  a bola se pareça cada vez mais certinha e menos injusta. Alguns juízes do tal do VAR já aceitam “leves empurrões e pisões no tornozelo”, desde que o tornozelo seja o do Neymar.

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Só se fala no jogo contra a Bélgica, nos seus prognósticos e nas suas bravatas. Uns torcem, outros “secam”, terceiros aproveitam pra inventar mais um feriadão. Uns esperam vender mais “churrasquinhos de gato”. 

Outros planejam faturar mais uns sufrágios para a Copa do Voto. Deputados aparecem em suas “bases”, com a camisa amarela debaixo da gravata, cada um querendo tirar sua “casquinha” da torcida vencedora. E convencê-la de que o Brasil só está ganhando porque o ilustre parlamentar conseguiu aprovar uma emenda no orçamento…

Todos têm um time, uma paixão a acender no fogo crepitante do coração torcedor. “Torcida” é substantivo claramente irracional, como devem ser as melhores paixões.

Se é para “torcer”, modificar a “razão”, polarizando-a para as cores da nossa grei, estaremos prontos para ingressar neste mundo de surpresas e revelações. Por exemplo: contra o time do Brasil, não se apita mais empurrões ou “bicos” nos tornozelos. Vale tudo.

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Daqui em diante, a torcida brasileira pode esperar arbitragens cada vez mais parciais, perseguições a Neymar e ao time todo. A Fifa, definitivamente, não deseja ver um Brasil hexacampeão.

Sem teorias da conspiração: é cada vez mais evidente a tentativa de desmoralizar o craque brasileiro e apresentá-lo ao mundo como um “fake-player”. Um farsante, que cai ao mais leve empurrão dos “corretos” europeus.

É sempre saudável relembrar Nelson Rodrigues: “Os ingleses condecoravam os seus piratas. Foi assim que o pirata Francis Drake virou ‘Sir'”.

Contra Neymar pode tudo. Empurrão, chute na canela, pescoção. “Futebol é jogo de contato”, dizem, mas autorizam verdadeiras agressões, para as quais o novo sistema eletrônico se tornou surdo e mudo…

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Resta esperar que o time brasileiro vença os quatro adversários consorciados: as equipes adversárias, os juízes, o VAR e a Fifa.

Se a Canarinho sobreviver a esta sexta-feira, o Hexa começará a alvorecer lá por trás dos rios Don e Volga, no horizonte que vai além dos Montes Urais.

Amém.

 

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