Mais do que o engarrafamento dos supermercados, com a corrida aos ovinhos de Páscoa, o sofrimento desta Aleluia ficou por conta de outro habitual entupimento, o das ruas da cidade e sua proverbial procissão de veículos.

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Numa cidade de complicada morfologia, emparedada entre o mar e os morros, assusta saber que as autoridades de planejamento esperam que esses engarrafamentos se extingam por decurso de prazo, desafogados, talvez, por algum sopro do Todo Poderoso.

Quando, afinal, os ilhéus se libertarão dessa “cadeia”? Pois saibam que o dia não está tão longe assim. O gigante cibernético de buscas, Google, e o não menos universal aplicativo de locação de carros, o Uber, investem recursos bilionários em carros voadores, que salvariam o penoso “ir-e-vir” dos habitantes desta Ilha de Santa Catarina.

Saibam que o Uber já contratou a brasileira Embraer para trabalhar no projeto – e sabemos que talvez o maior atributo da empresa espacial brasileira é a sua universal credibilidade. A empresa de aplicativos adiantou que seu projeto será testado a partir de 2020 até 2023. Numa primeira fase do projeto a “aeronave” terá um piloto, mas a intenção será torná-la totalmente autônoma, “quando chegarmos a um software confiável”.

Já imaginaram? Pegarmos um Uber ali na Praça XV e chegarmos a Coqueiros em dois minutos? Ou a Santo Antônio de Lisboa em quatro? Jurerê, Santinho, Brava, a Mole, o sempre engarrafado Campeche, todas essas praias em menos de oito minutos?

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Já pensaram num amigo ligando para o outro, um em Canasvieiras, o outro na Armação, norte e sul da Ilha, respectivamente, combinando um encontro?

– Chamei um Uber voador e tô chegando aí em exatos 14 minutos!

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No momento, a corrida é pela patente da invenção. As gigantes Airbus e Boeing pensam também neste mercado, mais os chineses da “Ehang-flyer”. Um diretor da Embraer-Inovare”, com sede na Flórida, tentou resumir a nova corrida para vencer o caos do trânsito:

– É a última manifestação da vontade humana de voar. Nós já temos o helicóptero, mas o desafio aqui é outro: criar algo que seja barato e possa ser usado por qualquer pessoa, sem maiores empecilhos, para se locomover por aí num tapete voador”…

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Viveremos para presenciar este milagre?

O que chegará primeiro à Floripa? O Uber-voador ou um prefeito portador das asas da competência?

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