“Infeliz a nação que precisa de heróis”, disse Bertold Brecht, antevendo o futuro da Alemanha pós-República de Weimar, às vésperas da tragédia nacional sob Adolf Hitler.

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Verdade. Não existem novos Messias, nem mágicos capazes de reerguer uma nação atirada ao fundo de um caos político, econômico e ético.

O que fazer quando aquela que deveria ser uma “inteligência” restauradora, dínamo de uma plena redenção moral, proclama, no auge da crise, que a primeira providência a ser adotada é o aumento dos próprios salários a um percentual quatro vezes acima da inflação corrente?

Já está na hora de a nação motivar cada cidadão a ser o próprio herói, começando pela missão de renovar os plenários dos “law-makers”, os parlamentares que votam as leis. O cenário está todo construído para que os “mesmos” se perpetuem, e se reelejam, com o auxílio bilionário da “bolsa da viúva”.

É o momento dos eleitores “trabalharem” para qualificar o voto. Investiguem nos aplicativos que apontam os fichas sujas – e escolham, a dedo, aquele que não tenha aderido a esse pacto de usurpação do erário e de grave ofensa ao instituto da representação popular.

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Não reelejam, não reconduzam “profissionais” da política, salvem o Brasil das saúvas que o estão matando.

Não precisamos de um único “salvador da pátria”, mas de milhões. Necessitamos de uma sociedade inteira, com a força transformadora dos ultrajados, capazes de combater aqueles que nos envergonham, furtam e submetem.

De preferência, um candidato ao Legislativo deve ser alguém da região do eleitor, e, portanto, seu conhecido, cuja vida esteja aberta a um escrutínio de conduta.

Procure-se, com uma lanterna, quem seja um homem (mulher) de bem, que não queira fazer da política uma profissão. Ou, se nela já está, possa exibir um currículo e não um prontuário. Ou seja: gente com “ficha policial” não terá o seu voto.

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A pátria só será salva pelo levante dos que não acreditam em Messias, mas sabem em quem “não votar”. A salvação não virá numa única legislatura. Será um processo longo, de gerações, mas se tem que começar um dia, que seja no próximo 7 de outubro.

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O brasileiro precisa começar já a sua faxina por meio do voto. Não se votará em partidos. Mas em pessoas. O primeiro requisito será encontrar entre os candidatos os potenciais representantes da boa cidadania. E por exclusão devemos eleger os que, sob o mais rigoroso critério possível, “não sejam ladrões”.

Daqui para a frente os eleitores só votarão movidos por um único apelo:

– Meu reino por um honesto!

 

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