Meias, cuecas, malas, mochilas, propinodutos, bingos, diretores de estatais, açougueiros.
Muitos são os meios de financiamento das campanhas. Um desses “fornecedores” orgulha-se de haver “molhado a mão” de milhares de políticos. Joesley, de tornozeleira, está preso em casa – e que casa! –, a do dono do JBS.
O grande açougue pagou R$ 600 milhões a 1.829 políticos. Comprou deputados, senadores, governadores, ministros e presidentes como quem compra cabeças de gado. Todos os dias surge o nome de algum novo “financiado”. O último foi Pezão, esse mesmo, governador do Rio, coitado, roído por políticos predadores.
Imagine os políticos expostos como tainhas numa peixaria. Chega o escroque Joesley Batista e começa a apalpar-lhes o peito, abrir suas guelras, examinar se o pescado está fresco. A isso chegamos: políticos transformados em mercadoria, peixes na morgue dos balcões-frigoríficos ou carnes penduradas num gancho de açougue. Muitas são as espécies que habitam o serpentário de finórios e salteadores do patrimônio público, que hoje consolidam uma nova biodiversidade: a do “germe” que adora morder o erário, especialmente para o financiamento de campanhas.
Nunca se viu zoológico mais disposto a desfalcar o erário. Com a cumplicidade de autoridades que deveriam mostrar zelo e exação com os dinheiros públicos. E o pior: políticos desfraldam suas melhores “caras de bons-moços” e azeitam seus mais eficazes lubrificantes, como o óleo de peroba, para fingir uma estudada inocência. Todos sempre tiveram suas “despesas eleitorais registradas pela Justiça Eleitoral e etc e tal…”
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Estranho: criam-se licenças para roubar dinheiro público, desde que o motivo seja “evitar” o famoso caixa 2, prática a que se dedicavam 100% dos partidos instalados no poder.
A grande novidade deste malsinado 2018 é a “fonte” onde os partidos matarão sua sede: o “Fundo para o Financiamento da Democracia”! – uma “boca” de recursos públicos de nada menos que R$ 1,7 bilhão.
Há hospitais desativados e UTIs mortas, fechadas pela inenarrável penúria da Saúde. Mas os partidos políticos vão nadar em dinheiro.
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