Vai votar no 121, 171 ou 184? – homicida, chantagista ou estelionatário?
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Se um trabalhador atrasa a prestação do fogão a gás, seu nome aparece como “mau pagador” na guilhotina do Serasa. Mas se é um presidiário já condenado, tudo bem… pode ser candidato.
– Vote no 121! Matou a namorada como se mata um rato! Homem de honra e coragem!
Imagine-se um homicida eleito. E mais: pense num homicida votando a reforma do Código Penal Brasileiro. Um réu, um bandido, votando leis que deverão definir os delitos e as penas no Brasil. O bandido “escolhendo” a maneira como deverá ser julgado…
Alguns partidos nanicos filiam bandidos sem qualquer problema. Outros, os maiores, concedem em alguma “demagogia” e prometem, daqui por diante, impor regras aos filiados que pretenderem se candidatar às eleições dos anos vindouros.
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Avisam, por exemplo, que vão rejeitar em sua convenção todos os que se enquadrarem numa das situações abaixo:
– Os que respondam por crimes hediondos, ou equiparados, contanto que esteja instaurado o processo penal. Os pretendentes que tenham sido indiciados ou respondam a crimes dolosos contra a vida. Os aspirantes que, pelo exercício de cargos e funções públicas, tiveram suas contas rejeitadas por decisão irrecorrível de órgão competente, salvo se os efeitos da medida forem interrompidos judicialmente.
E, principalmente, “os filiados que respondam a processos por improbidade administrativa, ou por crimes contra a economia popular, a administração pública, a fé pública, o patrimônio público, o sistema financeiro, com decisão definitiva das instâncias ordinárias de primeiro e segundo grau”.
Se os partidos políticos filtrassem com tanto zelo a sua lista de candidatos a candidato, nem precisaríamos de lei para excluir “fichas sujas”, o processo de depuração seria natural.
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Ocorre que basta o pretendente ter meia dúzia de votos, mesmo que sejam os votos controlados pelo “tráfico”, os partidos se rendem – e a “ficha” passa a ser apenas um luxo, algo dispensável, supérfluo.
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A totalidade dos partidos políticos brasileiros abriga mais “prontuários” do que “currículos”.
A confirmação da Lei da Ficha Limpa é a única esperança de vida moralmente asseada no emporcalhado universo da mesquinha política partidária, num Brasil de 35 partidos e nenhuma educação.
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