Os desafios se repetem, dia após dia. Quando se pensa que as mazelas instaladas no horizonte vão clarear, o tempo fecha de novo e o país acorda com a sensação de que o escritor austríaco Stephen Zweig – um refugiado do nazismo em 1940 – nunca teve razão, ao considerar, por um momento, que o Brasil era “o país do futuro”.
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Quase 80 anos depois, nunca se viu um precipício igual. É desolador olhar e julgar a sinistra lista de candidatos à presidência desse Brasil tão desamparado, tão órfão de estadistas.
Assusta até a senhora Democracia, que está sob pesado ataque, apesar de ser a menos feia desse bordel em que se transformou o sistema dito “representativo”, com os “representantes” mais interessados em forrar os próprios bolsos.
O mundo cresceu e multiplicou-se, biblicamente, depois que a Polis de Aristóteles se organizou em “Ágoras” na Atenas de três séculos antes de Cristo. Uma Cidade-Estado em que todos se conheciam. A cidade e sua democracia “cabiam” no imaginário porta-retrato que cada cidadão trazia na carteira.
Foi o Iluminismo pós-Idade Média que trouxe certa “rationale” aos sistemas de poder, com Montesquieu e sua trindade de poderes, “harmônicos e independentes”, enunciados no “O Espírito das Leis”, em 1747.
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Aquela antiga democracia de esquina, como a do nosso “Senadinho”, evoluiu através dos séculos até encontrar as suas corruptelas menos virtuosas – a “Demagogia” e a “Tirania”.
Surtos dessas doenças atacaram a civilização do moderno século XX, com os “Facios” na Itália de Mussolini e os “Nazis” na Alemanha de Hitler. O Mundo que daí resultou era bipolar, dividindo a Terra em capitalismo e socialismo.
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A representação popular, instituto cultivado na Inglaterra pós Magna Carta, foi se deteriorando ao longo dos séculos – posto que o homem, seu cultor, é este ser “mais-do-que-imperfeito”.
Vivemos hoje o mundo louco da guerra desumana do terrorismo, das rebeliões irracionais do “Estado Islâmico”, e dessa doença típica das democracias imperfeitas – a corrupção.
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E a história foi se repetindo como farsa até o Brasil inaugurar essa insensata democracia de 35 partidos, na qual todo mundo berra e ninguém tem razão.
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