Abrem-se as cortinas do palco sucessório, e o brasileiro se vê diante de um “cardápio” assustador.

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Quem, em Brasília, não carrega o seu “inqueritozinho” de estimação? No momento em que estamos precisando dramaticamente de uma reserva moral, um Rui Barbosa, um Afonso Arinos, um Sobral Pinto, um Ulysses Guimarães – quem temos que possa ser considerado um “varão de Plutarco”, um ícone de todas as humanas virtudes?

Temos um capitão, um cabo, um condenado, um punhado de políticos tradicionais e um feixe de desconhecidos.

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Para acreditar nessa seleção de negações, o Brasil teria que trabalhar com a ideia de escolher “o menos pior”, mas nem assim as respostas seriam claras.

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A nação não consegue contemplar sequer uma boa lista de candidatos e, no entanto, precisaria de um Superman. Um mágico produtor de abracadabras. Um poderoso prestidigitador, espécie da mago capaz de consertar o Brasil com o carro andando.

O novo Super-Homem das telas, Brandon Routh, até que veste bem o physique-du-rôle do herói criado em 1938 pelos cartunistas Jerry Siegel e Joe Schuster para a revista “Action Comics”, mas, assim como o novo James Bond, o sucessor de Christopher Reeve carece de carisma para emprestar verossimilhança ao super-herói.

O velho ídolo dos quadrinhos mais parece aquela decadente figura, concebida em debochado crayon de Ziraldo para o antigo “Pasquim”: um herói flagrado no vaso sanitário, em plena operação bota-fora, o “rictus” facial deformado pelo monumental esforço, os super-poderes derrotados por uma prisão de ventre.

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Como combater todos os malandros do planeta ao mesmo tempo?  E o que esperar dos candidatos à sucessão, com os exemplos “edificantes” do tipo Lula e Bolsonaro, além das velhas efígies de sempre?

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Gostaria, eu mesmo, de contar com superpoderes para exorcizar essas superdecepções. E lançaria contra os Lex Luthor do Congresso – aqueles que só querem a reeleição – o irresistível poder do meu feixe de músculos:

– Com eles, nocautearia a corrupção universal e a brasileira em particular.

– Redistribuiria os bens do Mundo, equalizando as economias do Norte e do Sul.

– Daria um supersoco na cara de todos aqueles falsos representantes, que estão na política só para fruir das vantagens pessoais, receber Petrolão, viajar de graça e fazer da cueca a sua carteira de valores.

 

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