Quem, em Brasília, não carrega o seu “inqueritozinho” de estimação? No momento em que estamos precisando dramaticamente de uma reserva moral, um Rui Barbosa, um Afonso Arinos, um Sobral Pinto, um Ulysses Guimarães, quem temos?

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Michel Temer – cognominado pela verrina do falecido ACM de “mordomo de filme de terror” –  não se parece nem um pouco com um “super-homem”. Para limpar a casa, seria preciso uma grande força moral, infensa à “kriptonyta” da corrupção.

O melhor que o presidente consegue é ser um político “sub-judice”, sempre na vizinhança de algum escândalo e com prazo de validade a vencer: em 1º de janeiro de 2019 todos os seus processos perdem a couraça da presidência e seguirão o seu curso. 

O novo Superman das telas, Brandon Routh, até que veste bem o physique-du-rôle do herói criado em 1938 pelos cartunistas Jerry Siegel e Joe Schuster  para a revista “Action Comics”, mas, assim como o novo James Bond, o sucessor de Christopher Reeve carece de “carisma” para emprestar verossimilhança ao super-herói.

O velho ídolo dos quadrinhos mais parece aquela decadente figura, concebida em debochado “crayon” de Ziraldo para o antigo “Pasquim”: um herói flagrado no vaso sanitário, em plena operação bota-fora, o “rictus” facial deformado pelo monumental esforço, os superpoderes derrotados por uma prisão de ventre. É assim que o Brasil vê Temer: um débil presidente sub-avaliado, sentado no vaso, e que ainda insiste em ser candidato…

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Como combater todos os malandros do planeta ao mesmo tempo? E o que esperar dos candidatos à sucessão, com exemplos “edificantes” do tipo Lula e Bolsonaro, além das velhas efígies de sempre?

Gostaria, eu mesmo, de contar com superpoderes para exorcizar esses supermalandros. E lançaria contra os Lex Luthor do Congresso o irresistível poder do meu feixe de músculos:

— Com eles, nocautearia a corrupção universal e a brasileira em particular.

— Redistribuiria os bens do Mundo, equalizando as economias do Norte e do Sul.

— Daria um supersoco na cara de todos aqueles falsos representantes, que estão na política só para fruir de vantagens pessoais, receber petrolão e viajar de graça.

 

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