Quando chega o mês de novembro – que já está às portas – é a hora daquela incrível sensação de que a ampulheta do tempo enlouqueceu. E que um ano inteiro passou num só minuto, assim como água em cesto.
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Vem tudo outra vez por aí, leitor: depois das eleições, será a vez do “avozinho” de vermelho, Natal, Réveillon, Carnaval… Assim, a curtíssimo prazo, estaremos todos tão velhos quanto Papai Noel e sua proverbial barba branca e túnica encarnada.
A esta altura do ano, dois meses antes da Navidad, repousam sobre a escrivaninha do ilustre morador da Lapônia todos os pedidos do mundo, especialmente o das crianças, que ainda acreditam na lenda do Bom Velhinho – crença que me esforço por manter no meu viveiro de sonhos.
Admito que tem sido difícil acreditar naquela antiga efígie de Noel, com a rotunda pança e o cinto largo afivelado no umbigo de notável circunferência. Os Noéis de hoje já se rendem à “ditadura do mercado” e ostentam perfis de aço, como o de um novo James Bond ou de um lutador de MMA, a Mixed Martial Arts.
Sou um conservador, e pior ainda, um descrente. Antes, até aceitaria um Papai Noel magro ou vestido de azul e branco, por conta do Avaí.
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Muito me apaziguaria o espírito, meu bom Noel, se os governos do Estado e do município dedicassem um mínimo de carinho à Santa Catarina e à sua Capital, providenciando-lhes alguns presentes pra lá de “necessários”: o novo aeroporto, a quarta ponte Ilha-Continente e, sim, não é engano ou papel carbono, a duplicação da Via Expressa, no rumo da BR-101.
Sei que é pedir demais, mas não daria para organizares uma boa vassourada nas duas casas do Congresso, na Esplanada dos Ministérios e na Petrobras – que, agora, saneada, deu de aumentar a gasolina todo santo dia
Será, meu bom Noel, que o seu generoso saco não acomodaria o dito (saco) de todos os brasileiros, obrigados a ouvir as mais mirabolantes “explicações” dos portadores de malas de dinheiro?
Peço um país mais amável, meu bom velhinho. Um governo mais confiável. Uma renovação da democracia dita “representativa”.
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A turma anda meio anestesiada, com o humor carrancudo, a testa anuviada – até parece que todo mundo aprendeu a amar o ódio.