Meias, cuecas, anões, mensaleiros, petroleiros, doleiros, propineiros, diretores de estatais. Muitos são os financiadores de campanha. Agora mesmo acaba de ser libertada uma leva de “fornecedores”, como o doleiro Lúcio Funaro, solto com uma tornozeleira – o que o torna livre para usufruir de todos os confortos da sua vida de rico.
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Muitas são as espécies que habitam o serpentário de finórios e salteadores do patrimônio público, que hoje consolidam uma nova biodiversidade: a do “germe” que adora morder o erário, especialmente para o financiamento de campanhas.
Estranho: criam-se licenças e permissões para roubar, desde que o motivo seja “fazer caixinha” – o famoso Caixa-2 – para a campanha, prática a que se dedicam 100% dos partidos instalados no poder ou militantes da oposição.
Soam patéticas as denúncias dos partidos momentaneamente na oposição, contra os que detém a chave do cofre: quando no poder, todos recolhem esse “dízimo” com insopitável entusiasmo, plugados nas tetas das empresas estatais: quanto maior e mais sofisticados os balanços, maior o “garfo”.
Que haja “sugadores profissionais” em todos os partidos não é surpresa: o que espanta, mesmo, é a banalização desse tipo de crime, o estelionato contra o Estado, praticado com incrível freqüência pelos partidos, pelos governos, pelos “costumes” – e sempre sob a frouxa e insuficiente coerção da lei.
Aliviar o erário é um esporte permanente, uma espécie de “estado de necessidade” da burocracia, manipulada pelos mandatários políticos de plantão.
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E ainda há os que querem expandir a gula dos avanços em Fundos Públicos para financiar campanhas, como fórmula mágica para moralizar esse tipo de “arrecadação”. Trata-se apenas de mais uma rubrica, a mercê das presas afiadas dos que se habituaram a enxergar o dinheiro público pela mesma ótica do Barão de Münchhausen, cognominado em vida (1720-1797) o “rei da mentira”:
– Se o dinheiro é público, é de quem chegar primeiro…
Ou a lógica bem brasileira daquele outro “Barão”, o de Itararé, cuja máxima proclama:
– Instaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos juntos!