Muitos são os candidatos sem um bom currículo. Pior: muitos se apresentam com o seu velho “prontuário”. A diferença para este próximo 7 de outubro será a plena vigência da Lei da Ficha Limpa. Lula, condenado, estará incurso nas penas de uma lei que ele próprio sancionou, quando presidente.
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A Justiça Eleitoral tem negado registro a candidatos condenados por tribunais colegiados e enquadrados em gestão temerária, improbidade administrativa, contas rejeitadas e outros atentados à boa gestão.
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Já é um grande avanço. Como não há lei perfeita, brechas legais ainda permitem o registro de candidaturas privilegiadas pela impunidade, como a do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, um finório, com esse nome e esse sobrenome de opereta.
Quando um homem não tem vergonha na cara, há muito pouco a ser feito – a não ser a irrecorrível sentença do eleitor, que não pode, nem deve, sufragar um malfeitor.
As campanhas precisam encontrar custos realistas neste Brasil fascinado pela transgressão. Uma campanha para deputado estadual não pode custar R$ 2 milhões. Se custar, o mandato vai se transformar em moeda de troca. A solução também não está no decantado “financiamento público”.
Chega. Pública já é a verba dos fundos partidários e a renúncia fiscal dos horários televisivos. O que é necessário para a moralização das campanhas é a honestidade pessoal do candidato e a sua disposição de gastar sola de sapato e boa conversa, dialogando com o eleitor como se o fosse representar num “distrito”.
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Neste dia as campanhas passarão a custar 10 vezes menos, sem o facilitário do voto proporcional, mediante o qual um Tiririca elege 10 “mandriões”.
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O Brasil precisa voltar a respeitar o Código Penal. Todas as espécies nascem com um sexto sentido para respeitar a propriedade do alheio.
Um icônico jornalista dos anos 1930, H.L. Mencken, espécie de alter ego da moralidade pública nos EUA das máfias, dizia que “no respeito a um bem alheio, um cachorro é muito mais civilizado do que um homem”. E explicava a diferença:
– Um cão persegue e castiga o outro que roubou o seu osso. Já o homem não larga o osso do poder. Esconde-o, para ficar com ele.
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