Domingo não é dia de ficar em casa, só de “mandriagem”. É dia de eleição, festa cívica no jargão dos candidatos, momento de influir, remar junto, contribuir com o seu grãozinho para edificar um castelo. É um dia para governar os que governam.
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Se há sol lá fora, é bom sinal. As instituições precisam pegar uma cor, fortalecer a moleira, ganhar um certo rouge na face. Se o dia for de chuva, que não se imagine nisso algum tipo de mau agouro. Outubro é assim mesmo, primavera é esse regador – e olha que nem há circo acampado na cidade. Circo, aliás, só o de “Soleil”, um circo cosmopolita. Os de lona, faliram.
A lista de candidatos não é animadora. Há “místicos” e “prepostos”. Há velhos e repetitivos políticos e até alguns “doidinhos”. Fazer o quê? É o que temos. Chegou o “vero” momento em que se opera a fotossíntese, a plantinha recebendo o oxigênio do voto.
Vá regar esse jardim, eleitor. Essa mangueira é a sua arma, guarde-a em seu coldre e vá para a cabine como quem vai para um duelo. Descarregue esse imaginário revólver contra aqueles que, em política, só sabem conjugar o verbo “servir” em sua forma reflexa. Servem-se, enfraquecendo a plantinha. Dispare contra aqueles que só entendem a democracia se ela for a “sua” – não a de todos.
A democracia existe – está aí, nas ruas, à sua frente. Precisamos melhorá-la, é certo, ela ainda usa calças curtas, alpargatas rasgadas e camisas só com o punho e o colarinho. Vamos dar um fortificante a esse “sistema” popular – pois hoje é o dia dos governados governarem. Todos têm as suas contas pra ajustar! E é certo que haverão de acertá-las. O eleitor marcha para o voto como Gary Cooper caminhava por Main Street em “Matar e Morrer”.
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Um sorriso enigmático de Monalisa completa a escultura do eleitor no exato momento em que ele se vinga do mau político, do aproveitador, do colecionador de “saques e alcances”. Dos “ichas sujas, enfim. Governe, eleitor. O último “tiro” é o seu.
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