O preço dos combustíveis, neste Brasil sem juízo, foi alterado durante os governos de Lula ( segundo mandato) e Dilma. Era baixo, por subsídio. Quer dizer: era 8 – e agora quer ser 80.

País bizarro o Brasil. Permitiu-se, em silêncio, sem qualquer protesto, o desmonte da estatal do petróleo. Presidentes, diretores, funcionários, todos deixaram, por ação ou omissão, que a estatal fosse saqueada por empresários e políticos.

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Só os acionistas privados, que viram despencar o seu papel, reclamaram. Entraram na justiça por reembolsos milionários. Para a empresa, um desastre completo.

Agora vem o doutor Pedro Parente, um brasileiro sério, e equivoca-se em querer curar em dois anos o que se desarrumou em treze. A Petrobras deve ser, sim, recuperada, mas não ao preço de um novo assalto, desta vez ao bolso do pobre consumidor – que assim seria duas vezes penalizado.

A “culpa” é da valorização explosiva da “commodity”, com um preço que se baliza através das Bolsas de Valores?

Ora, o Mercado não pode tudo, principalmente ditar a capitulação do consumidor brasileiro, duas vezes prejudicado: pela política demagógica do subsídio, que faliu a empresa “do povo”, e, agora, pela vela acesa unicamente à remuneração do capital.

Vamos devagar com esse andor, a tarefa de regenerar a Petrobrás não deveria ter o poder de desestabilizar a economia, com o “anúncio” de aumentos diários e exagerados, ao sabor dos mercados. É uma demasia, uma falta de temperança.

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Os governos Dilma e Temer gastaram muito, gastaram  mal?  Pois é. Quem vai socorrer o desempregado, o empresário falido, o aposentado cuja pensão encolheu?

Em crise financeira, arrecadação em baixa, com dificuldades para pagar  salários, os secretários de Fazenda dos Estados conspiraram com o ministro Meirelles para…aumentar os impostos.

São escandalosas as alíquotas estaduais do ICMS sobre combustíveis. Em alguns estados, passa dos 30%. Mesmo assim, esses entes federativos estão falidos, num caso delirante e flagrante de má gestão.

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No Brasil, basta ser bípede e humano  para se pagar imposto – e, agora, pagar duas vezes sobre o mesmo fato financeiro. Pagar o “conserto” da Petrobrás em dois anos – e, para isso, comprar a gasolina a peso de ouro na bomba do posto.

 

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