Passados os ritos do Natal, o Brasil assistirá agora ao rito de passagem dos mandatos executivos e legislativos, com especial expectativa na mudança dos governos federal e estadual.

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Chegou a hora dos novos (novos?) políticos mostrarem seu trabalho, mas nada é simples por aqui. Governos, sejam do Estado ou do município, parecem meros bibelôs. Pagam a folha e recolhem o lixo – (e olhe lá) –  quando não há uma daquelas greves longevas.

Parece que nunca ouviram falar de planos e metas. Vejam o caso do Museu da Cidade, em plena Praça XV, ancestral edifício que foi Prefeitura, Câmara e Cadeia. Depois de 11 anos em obras, ainda não cumpre o seu papel de sede cultural da Cidade, em pleno centro histórico. O que está faltando? Talvez cumprir a sina de que nada se inaugura nas administrações locais antes de 10, 15 anos, no mínimo. Ou, no máximo, antes que transcorram algumas gerações, como é caso da ponte Hercílio Luz.

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E a Via de Contorno da BR-101, a Via Expressa continental, a estradinha para o novo terminal aeroportuário?

Os suíços da “Floripa Airport” vão entregar o novo terminal em agosto de 2019. Já a rodovia a cargo do governo do Estado, quem se arrisca? Sabe-se que já há uma ordem de serviço em andamento, mas, ali, o histórico de “encrencas” é grande.

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Ou seja: no Brasil há o “custo-país” e o “custo-Floripa”. Neles, qualquer pinguela leva 10, 15 anos para ficar pronta. Como o interminável elevado do Rio Tavares, que, dizem, é um cemitério indígena.

Pior: a capital catarinense seria a vice-campeã mundial da imobilidade, derrotando apenas a capital tailandesa, Bangcok. Exageros à parte, o labirinto da Ilha de Santa Catarina não se formou ao longo de milênios, como o da Ilha de Creta. Bastaram duas décadas.

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Some-se a todos esses males, o da monocultura automotiva, velha arteriosclerose do Brasil. Único país do Mundo com 8 mil quilômetros de costa oceânica sem uma frota mercante e uma única tonelada transportada em navegação de cabotagem.

Aqui predomina a “anti-lógica” do baronato rodoviário: em 15 anos, a frota brasileira pulou de 28,5  milhões para 63 milhões de veículos, com algumas cidades – inclusive a que a Ilha hospeda – matriculando quase um carro para cada vivente.

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