“Será a eleição do WhatsApp contra a televisão e no segundo turno haverá um candidato “popular” e um do “centro”.
Continua depois da publicidade
O vaticínio é de um atento observador das redes sociais e analista de microtargeting eleitoral, Maurício Moura, que organiza os “pesquisados” em segmentos: o feminino, o evangélico, o rural, o de alta e o de baixa renda, assim englobando todo o espectro.
Em entrevista ao Estadão, Moura sintetizou:
– Será a batalha entre o celular e a televisão. Há hoje pelo menos 90 milhões de brasileiros usando WhatsApp, num país de 147 milhões de eleitores. E cada cidadão consulta seu celular, em média, 30 vezes por dia. A audiência da propaganda política nas TVs caiu de 22 pontos em 2008 para apenas 6 pontos em 2016. Não dá para aplicar uma estratégia eleitoral eficiente sem o Whats.
Segundo o analista, “a Lava-Jato igualou os partidos na cabeça do eleitorado”. E o que pode resultar disso?
Continua depois da publicidade
– Minha primeira expectativa é de aumento dos votos em branco, nulos e abstenções. Índice que já foi de 28,5% em 2014 e chegou a 35% nas municipais de 2016. E no segundo turno dessas últimas bateu nos 41%.
Dentro deste cenário, Marina, Ciro e o representante do PT disputam seu lugar no segundo turno, contra Bolsonaro e Alckmin.
***
Quando tivermos um eleito, o país estará tri-dividido:
– Terá um terço com o governo, um terço com as oposições e outro terço que não quer saber de nada.
Corremos, assim, o risco de uma democracia enfraquecida e tumultuada, em que os poderes não serão complementares e harmônicos, mas continuarão a aprofundar a discórdia e a anarquia. Risco ainda maior será “termos um presidente de mandato novo e popularidade baixa, insuficiente para comandar reformas fundamentais. Num cenário social de eleitores indignados, que por algum tempo melhoraram de padrão e depois caíram de novo”.
***
Nesse mundo em mutação vertiginosa o Brasil está desafiado a reinventar sua democracia para encontrar as respostas exigidas por uma sociedade global e digital.
Continua depois da publicidade
Um dia o Brasil saberá votar contra aquele que promete, por exemplo, a “irresponsabilidade fiscal”, ou seja, aquele que governará gastando o que não tem, preocupando-se apenas com a reeleição. Para isso a boa informação precisará vencer a maior de todas as batalhas desses tempos conturbados: a da verdade contra as fake news.