Não se conhece homem mais puro e mais bem-intencionado do que o candidato. Eleito, o sujeito se transforma num Ali Babá, num Arséne Lupin, num garimpeiro de obras e sobras… Passa a enxergar o erário como a permissiva bolsa de uma “viúva” indefesa.
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Há candidatos que se contentam com recompensas menos explícitas. Que mal há em indicar uma pessoa de sua confiança para uma estatal? E que mal há em conseguir, na próxima eleição, que os seus impressos sejam produzidos lá na gráfica dessa empresa, que é pública mesmo…
Sem uma reforma política que moralize o mandato parlamentar e garanta a sua integridade, os “mensalões” e “petrolões” mudarão de nome, mas não de “hábito”.
Uma reforma que valorize os partidos, mantendo no cenário apenas aqueles que comprovarem seriedade política e existência eleitoral, é a primeira penitência para um Brasil que se deseja mais ético.
O que dizer do rol dos candidatos presidenciáveis? A lista constitui verdadeira caricatura da política brasileira, com seus Cacarecos e Frankensteins.
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Meu Deus! Em quem votar quando chegar a hora?
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Todo candidato se diz um santo. Deseja sinceramente enxugar o suor do operário, lenir a mão do agricultor, adubar o salário do professor, consolar os sem-terra e os sem-teto, mitigar a fome dos descamisados, distribuir leite, emprego, felicidade, cartão de crédito e estacionamento pra todo mundo.
Não se conhece homem mais puro e mais bem-intencionado do que um candidato. Mas há um certo mecanismo que, num determinado momento, já no pleno exercício do mandato, transforma o bom candidato num finório, num comerciante de “emendas” do orçamento, num “administrador” de sobras de campanha.
E com o novo Fundo Partidário, haverá mais dinheiro para reeleger os já eleitos pela grande farra do dinheiro público.
Votar bem é um processo. Vale a pena tentar. Mas, até a redenção do Brasil, há um longo caminho a percorrer entre a desonestidade e a virtude.
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