A grande rede está prestes a contabilizar 1,5 bilhão de usuários ao redor do mundo. Nunca a aldeia ficou tão global  e o cyber-olho tão zolhudo. A rede é como a humanidade. Tanto pode ser do bem quanto do Mmal. Tanto pode ajudar uma equipe médica a salvar uma vida, operando a distância, como pode assaltar a sua conta, na agência bancária de sua cidade. O infocrime é uma realidade aterrorizante. Sem saber, você pode estar recebendo, já no próximo e-mail, a visita de um indesejável “cupim” em sua suada continha. Profeta da informação acelerada, o escritor futurologista Alvin Tofler vaticina um admirável mundo novo no rumo do cyber-delírio.

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– Dentro em pouco o poder dos computadores dará um salto à frente devido ao processamento paralelo, à inteligência artificial e a outras inovações assombrosas. O reconhecimento da voz e a tradução automática irão, sem dúvida, ser amplamente utilizados, juntamente com geradores de alta definição e o som da qualidade de uma sala de concertos. As mesmas redes irão, de forma rotineira, transportar voz, dados, imagens e informações – sob formas secretas ou não.

Por meio das web-câmeras, a internet já conta com olhos perscrutadores – criminosos ou não. Hackers apalpam a vida das pessoas, como se batessem a carteira da humanidade. Escreve-se, espiona-se, faz-se o comércio – e até o amor! –  diante desse olho eletrônico. Só falta a internet adquirir o sentido do tato – e assim tocar e acariciar as pessoas. Pior: tocar para machucá-las.

Nessa nova ordem – e na falta de inteligência própria – os políticos adorarão a inteligência artificial, mas detestarão a modernidade virtual que transformará viagens de observação às Assembleias Gerais da ONU numa obsolescência cheirando a naftalina.

Na verdade, já existe uma “fé cartorial” no mundo da informática. Governos fizeram aprovar leis reconhecendo procurações e documentos eletrônicos, intimações criminais e até vídeo-jurisconferências, o olho e a voz do “Grande Irmão” substituindo os provedores de justiça.

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Aos que lêem esta coluna pelo cyber-espaço, mando daqui o meu eletrônico e caloroso abraço, rogando para que aceitem o meu aperto de mão como se ele fosse de carne e osso.

 

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