“A selvageria belga, somada à nossa selvageria, produzida em temperaturas de Floripa”. É mais ou menos assim que a cervejaria Cozalinda, de Florianópolis, tenta descrever a nova safra da Pedras do Itaguaçu, cerveja do estilo Lambioca – variação brasileira da belga Lambic com mandioca – que acabou de ser lançada.
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A cerveja é o resultado de uma aventura com microorganismos belgas e catarinenses. O mosto foi produzido em outubro de 2018 e refermentou em barricas de carvalho francês por 13 meses, até dezembro de 2019. Depois de engarrafada, a cerveja fermentou novamente em garrafas até algumas semanas atrás, sempre em temperatura ambiente – o que traz as variações da temperatura de Florianópolis aos microorganismos na cerveja.
O resultado é uma cerveja que lembra o lado rústico das Lambics belgas, porém mais refrescante e com uma “acidez tropical” com toques de abacaxi. O lote é limitado e rendeu 800 garrafas de 375ml e apenas 50 de 750ml que serão liberadas depois de passarem pelo processo champenoise – de fermentação na garrafa, tradicional dos espumantes.
É apenas o segundo lote da cerveja a ser engarrafado pela Cozalinda, que já tinha feito a receita na safra 2017/2018. No ano passado a bebida foi vendida apenas em forma de chope.
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O nome Pedras do Itaguaçu é uma homenagem à lenda das bruxas do Itaguaçu, descritas nas obras de Franklin Cascaes. Diz a lenda que as bruxas da região convidaram várias criaturas macabras para uma festa na praia, mas deixaram o diabo de fora. Irritado, ele apareceu na festa e lançou uma maldição nas bruxas, transformando-as nas pedras que estão até hoje na Praia do Itaguaçu, na região continental de Florianópolis.
Por Lucas Paraizo
lucas.paraizo@somosnsc.com.br