O lúpulo produzido em Santa Catarina, em um projeto experimental na região de Lages, vai render mais uma cerveja feita com matéria-prima catarinense. A Ambev e a Lohn Bier, cervejaria premiada de Lauro Müller, uniram outras nove microcervejarias de Lages para lançar a Brazilian Blonde Ale, uma cerveja puro malte feita com o lúpulo produzido na Serra.
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Fazenda de lúpulos na Serra de SC avança para beneficiar mercado cervejeiro
Participaram da criação as marcas Princesa Serra, Bier Letti, Frostbier, Eiswasser, Embaixada Bar, Cervejaria L’Jaica, Chopp do Zé, União Serrana e GuedBeer. Especialistas de todas as cervejarias participaram da escolha dos ingredientes e da produção da cerveja, que ocorreu na fábrica da Lohn.
— Nós criamos uma Ale com uma base de malte, corpo variando de leve a médio, e com uma levedura neutra para que os lúpulos catarinenses imprimam suas características. O resultado foi uma cerveja com bastante equilíbrio de malte e lúpulo, esse com nuance herbal e levemente cítrico, cortando o dulçor do malte, que remete a pão e amêndoa em terceiro plano — descreve Richard Westphal Brighenti, sommelier e fundador da Lohn Bier.
A brassagem da Brazilian Blonde Ale ocorreu em outubro, e nos últimos dias o envase bebida foi concluído. A cerveja terá uma edição limitada e vai ser lançada em um evento beneficente em Lages, em que os moradores da cidade serrana poderão trocar alimentos e brinquedos pela cerveja. A arrecadação será toda doada para instituições carentes.
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A Brazilian Blonde Ale será o segundo rótulo feito com lúpulo 100% catarinense. O primeiro foi a Green Belly, uma Hop Lager produzida pela Lohn Bier e lançada em agosto.
Batizado de projeto Hildegarda, o cultivo de lúpulo na Serra de SC começou em março com uma lavoura experimental e um viveiro com capacidade produtiva de 60 mil mudas ao ano, além de uma planta de processamento do ingrediente. A ideia é fomentar uma produção consolidada de lúpulo no Brasil, já que o ingrediente essencial da cerveja ainda é praticamente todo importado, mas encontrou nas condições climáticas da Serra catarinense um espaço ideal para cultivo no país.
Segundo a Ambev, que comanda o projeto, 100% das mudas cultivadas na fazenda serão doadas a pequenos agricultores da região, que poderão ter no lúpulo um cultivo rentável. Com a planta de processamento, será possível colher o lúpulo e também beneficiá-lo em Lages, saindo da cidade pronto para o uso em cervejarias do país inteiro.
*Por Lucas Paraizo
lucas.paraizo@somosnsc.com.br
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