Praticamente fora das chapas para governador a um mês atrás, Joinville vai participar das eleições com pelo menos três candidatos da vice-governador, com chance de emplacar um quarto nome. Não será suficiente para aplacar de vez as queixas sobre a “representatividade” política da cidade no cenário estadual, mas o papel não será mais tão coadjuvante como se desenhou – e, a condição de maior colégio do Estado, com 430 mil eleitores já garante, por si só, a importância de Joinville na eleição (já o que acontece depois das posses costuma provocar controvérsias ao longo das décadas).
Continua depois da publicidade
> Acesse o Guia das Eleições 2022 do NSC Total
> Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp
Após a confirmação de Udo Döhler pelo MDB, situação que curiosamente tirou da disputa majoritária o “candidato do Norte” (Antidio Lunelli) como vice de chapa de Carlos Moisés (Republicanos), foi a vez de as convenções do PDT e PL colocarem mais nomes da cidade na disputa. O ex-deputado e ex-candidato a prefeito em 2020 (ficou em sexto), o médico Dalmo Claro será o vice do ex-deputado Jorge Boeira, em chapa pura do PDT.
A vice do senador Jorginho Mello (PL) foi a mais surpreendente: o nome da ex-delegada Marilisa Boehm apareceu a apenas dois dias da convenção e mesmo horas antes da reunião de sexta, a própria Marilisa alegava que seu nome não estava definido e haviam mais cotados para o cargo. Jorginho, que antes tentou atrair Ninfo König para sua chapa – houve mais movimentações do PL de Joinville, sem sucesso, após Udo (adversário do empresário) ter sido escolhido pelo MDB – acabou confirmando Marilisa. O quarto candidato de Joinville pode ser o advogado e ex-vice-prefeito Rodrigo Bornholdt, um dos indicados pelo PSB a Décio Lima, candidato a governador pelo PT. Nesse caso, a decisão ainda não foi tomada.
Continua depois da publicidade
HISTÓRICO
Joinville tem candidatos a governador com base eleitoral na cidade desde 2002, com exceção de 2010, na qual a candidatura favorita ao Senado de Luiz Henrique, ainda mais após dois mandatos seguidos no governo do Estado, deixou o tema da “representatividade” em segundo plano. Nas eleições de 2002 e de 2006, Joinville foi decisiva para as vitórias de LHS na disputa ao governo do Estado.
Mas o alegado bairrismo não repetiria nas eleições de 2014 e 2018. Paulo Bauer (PSDB) ficou em segundo lugar em Joinville em 2014, ainda que menos de um ponto percentual atrás de Raimundo Colombo, do PSD (no Estado, a diferença passou de 20 pontos). Naquela eleição, LHS, que tanto colaborou na eleição de Bauer para o Senado quatro anos antes, estava na campanha de reeleição do então governador.
Na última eleição para governador de 2018, Mauro Mariani (MDB), então com mais de uma década de domicílio eleitoral na cidade, ficou em terceiro lugar na cidade, atrás de Moisés e Gelson Merisio. O percentual de Mauro em Joinville, de 21,89%, inclusive ficou abaixo dos 23,21% no Estado. Na eleição de 2022, será mais uma oportunidade para testar até onde vai a influência eleitoral de candidatos locais, ainda que na condição de vices.
> Bolsonaro e o trunfo de Jorginho Mello
> Decreto mantém ônibus expressos em Joinville; serviço poderá usar outros veículos
> “Ideb municipal” vai avaliar mais de 15 mil alunos em Joinville
> Udesc compra área e quer criar “atração” em Joinville
> Joinville precisa se preparar para contar, no futuro, com um milhão de habitantes, diz Adriano
> Plantio de mais palmeiras em alameda de Joinville aguarda laudos
> MP quer incentivar em Joinville a contratação de jovens em situação de vulnerabilidade