O resultado abaixo da expectativa na eleição para deputados em Joinville, em quantidade de eleitos, trouxe novamente uma série de alegações para tentar explicar o desempenho. Na lista, estão o número excessivo de candidaturas, abstenção e brancos e nulos elevados e o voto em candidatos de outras cidades.

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Tais situações até influenciam, mas se repetem em outras regiões, em maior ou menor grau, não são exclusividade de Joinville. Outras situações, mais imponderáveis, como necessidade de ampliação da votação dos candidatos de Joinville em outras cidades, número de candidatos competitivos na cidade (o que dilui as votações) e até a ocorrência de partidos que não alcançam quociente e deixam nomes de Joinville fora (os mais votados de dois partidos que não atingiram a votação mínima para eleger um parlamentar são da cidade), têm peso maior.

Pela sexta vez consecutiva, Joinville elegeu três representantes para a Assembleia Legislativa. Para a Câmara dos Deputados, a bancada vai cair três para um parlamentar a partir de 2023. Uma das alegações para a cidade não ter uma maior representatividade é de exagero nas candidaturas. Joinville até contou nestas eleições com um número de candidatos proporcionalmente acima do tamanho do colégio eleitoral, o maior do Estado, com quase 430 mil eleitores.

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Mas não foi uma disparidade expressiva, ficou um pouco acima, em conta proporcional. E o recorde de candidaturas a deputado na cidade foi muito mais motivado pelo fim da possibilidade de coligações (o aumento já ocorreu na eleição municipal de 2020, a primeira com a nova regra) do que pelo “inchaço” de nomes.

“Mais de 100 mil”

Outra das versões para tentar “explicar” o fato de Joinville é a soma de abstenção com votos brancos e nulos. Mais uma vez, o “desperdício” passou de 100 mil votos (ausências, brancos e nulos), tanto para deputado estadual quanto federal – foram 114,4 mil votos nos dois cargos. A quantidade é expressiva, mas ocorreu nas disputas anteriores de 2014 e 2018, até em maior intensidade. Portanto, é um fenômeno previsível e deve (ou deveria) ser levado em conta nas estratégias dos partidos. Além disso, a situação se repete proporcionalmente em outras regiões do Estado, não é uma condição específica de Joinville.

De outras cidades

Há ainda a alegação de que candidatos de outras cidades recebem votações expressivas em Joinville. Não é tanto assim. Dos 15 candidatos mais votados na cidade para a Assembleia Legislativa, 14 eram nomes locais. Na eleição para deputado federal, onze dos 15 candidatos com maior votação em Joinville tinham domicílio eleitoral na cidade. De qualquer forma, a pulverização dos votos ocorre em outras cidades também e – na maioria dos casos, os eleitos por Joinville também precisaram dos votos de outras cidades para conquistar as vagas.

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