De forma indireta, o “tratamento precoce” em Joinville foi citado na manifestação do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) durante reunião da CPI da Covid, no Senado Federal. “Em Natal, médicos fizeram um protesto para poder usar esse procedimento (tratamento precoce). Em Joinville, da mesma forma”, citou o senador gaúcho, defensor do tratamento precoce no enfrentamento do coronavírus. Um dos medicamentos citados pelo parlamentar, não tem eficácia comprovada contra o coronavírus. Heinze também fez a defesa da atuação do governo Bolsonaro na pandemia. Na mesma sessão da CPI, foi ouvido o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
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Na manifestação, o senador Heinze não detalhou como teriam sido os “protestos” em Joinville. Na cidade, houve manifestações pontuais de médicos cobrando a adoção do tratamento precoce, mas a adesão de profissionais na prescrição foi muito reduzida. A Secretaria de Saúde de Joinville inclusive recebeu carta de repúdio no ano passado, contra o tratamento precoce. Joinville criou um centro de tratamento precoce em agosto do ano passado. A prescrição estava em ritmo reduzido nos postos de saúde.
O centro seria uma forma de aproximar médicos e pacientes no tratamento precoce, segundo alegou a pasta. À época, a Secretaria de Saúde de Joinville citou protocolo do Ministério da Saúde sobre a oferta dos medicamentos. Também foi alegado, em posição mantida até hoje, de que a autonomia é do médico e há necessidade de concordância dos pacientes.
Mas a distribuição não avançou: apenas 1% dos 160 mil comprimidos de cloroquina recebidos no ano passado do governo federal foram receitados até março. Parte dos lotes começou a ser devolvida devido à proximidade com o vencimento do prazo de validade, o que permite a entrega em outro lugar. A atual administração passou a chamar o espaço de centro de tratamento imediato.