A exoneração de representantes de Joinville na sexta-feira não surpreendeu, assim como também não deve mudar o foco das cobranças ao governo do Estado: a prioridade é a atendimento de pedidos na saúde e infraestrutura. As queixas sobre a “representatividade” de Joinville no primeiro escalão até vão continuar, mas sem a insistência do passado.

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A saída do pessoal nomeado por Daniela, com a volta de Carlos Moisés não surpreende porque a distância política entre a vice e o governador é escancarada. Dois ex-secretários de Udo Döhler, Miguel Bertolini e Raulino Esbiteskoski foram nomeados na interinidade. Bertolini já deixou a secretaria executiva de Comunicação e Raulino não é mais o adjunto do Desenvolvimento Econômico. Dolores Tomaselli teve encerrado seu período no comando da Fundação Cultural Catarinense. José Augusto Gayoso também saiu a coordenadoria de Imprensa. Todos os demais nomeados na interinidade de Daniela também já foram exonerados por Moisés.

Demanda histórica de Joinville junto ao governo do Estado, a nomeação de representantes da cidade para o primeiro escalão sempre esteve na pauta de lideranças políticas e empresariais. Mesmo Luiz Henrique foi cobrado, tendo de se defender – “Joinville já tem o governador”, costumava dizer.

A surpreendente eleição de Moisés contribuiu para enfraquecer as cobranças, afinal, o eleito não tinha relações políticas em Joinville ou mesmo no Estado. Além disso, adotava o discurso da “nova política”, onde critérios regionais de nomeações não teriam peso. Até o então prefeito Udo, um dos mais fervorosos, no seu tempo de Acij, defensores da representatividade de Joinville no Estado, não foi tão incisivo. 

O atual prefeito, Adriano Silva, tem uma série de demandas junto ao Estado, mas nunca tratou de nomeações – pelo menos nunca se manifestou. Deputados de Joinville até se manifestaram sobre o tema, mas não fazem das indicações um cavalo-de-batalha. O foco total de entidades empresariais é o pacote de obras viárias, ainda que a CDL tenha participado de indicações. O tema da representatividade vai continuar presente, mas longe do fervor do passado.

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