Após uma década, a obra prioritária do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PPDU) de Joinville ainda não tem nem prazo para ser iniciada: trata-se da ampliação da calha (leito) principal do rio Cachoeira. O estudo apresentado em 2011 apontava as obras para aumentar a capacidade de vazão do rio como a primeira da lista, mesmo antes das sub-bacias. Além da complexidade do licenciamento ambiental, o custo das obras no rio Cachoeira é elevado: estimativa de 2016 apontou R$ 760 milhões. Em valores atuais, corrigidos pelo IPCA, seriam R$ 937 milhões.
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A macrodrenagem do rio Mathias até elevou o muro no entorno do Cachoeira em trecho entre a prefeitura de Joinville e o Mercado Público Municipal, mas as obras previstas no plano não saíram. Nem há data para isso. O ranking do plano, baseado em custos, benefícios, impactos ambientais, entre outros indicadores, até coloca o Cachoeira em terceiro lugar nas prioridades, mas o material de apresentação do plano de 2011 deixa clara a prioridade. “… antes das sub-bacias apontadas no ranking, o PDDU recomenda priorizar as obras na calha principal do rio Cachoeira”.
A ampliação da calha de um rio pode ser feita com o desassoreamento, alargamento do leito, instalação de estruturas de contenção, entre outras modalidades. A última tentativa no Cachoeira, antes mesmo do PDDU, foi tentada em 2008, com plano de remoção de milhares de toneladas depositadas no fundo do rio, mas houve impasse sobre o licenciamento ambiental.
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Neste momento, o governo Adriano Silva estuda a possibildade de alargamento do leito do rio na curva próxima à prefeitura. A opção está em análise por causa da futura remoção do “prédio verde” ao lado do Cachoeira. Mesmo que a obra venha a sair, ainda assim será uma intervenção pontual, distante do que está previsto no PDDU.
COMPARAÇÃO
O PDDU de Joinville tem chances de se transformar em uma espécie do Plano Viário de 1973 de Joinville: completo e abrangente, mas com reduzida execução. Das 20 obras previstas, a única concluída até agora, a do rio Morro Alto (rua Timbó) foi iniciada antes do plano, embora faça parte do estudo.
A macrodrenagem do rio Mathias, paralisada há mais de um ano e sem prazo para a retomada, também já vinha sendo planejada antes do PPDU ficar pronto. Na recente CPI sobre o Mathias, até houve questionamentos sobre por que as obras na área central começaram antes de outras rios, afinal, o ranking do plano apontava outras prioridades. A alegação apresentada foi de que o Mathias foi escolhido pelo governo federal, no momento do convênio, entre opções sugeridas pela prefeitura. Só que o planejamento do Mathias já vinha de antes do PPDU ficar pronto, foi escolhida porque já estava mais encaminhada.
A próxima obra prevista no PDDU será nos rios Itaum e Itaum-mirim. No entanto, apesar de contar com recursos desde setembro de 2017, por meio de empréstimo internacional, também não tem data para ser iniciada – a licitação talvez seja lançada em 2022. Há também estudos em andamento sobre os rios Jaguarão e Bucarein.
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