A prefeitura de Joinville espera impactos da pandemia dos coronavírus ainda mais agudos nas finanças municipais do que os provocados pela greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio de 2018. “Antevemos um momento muito adverso, ainda pior do que houve há quase dois anos”, disse Udo Döhler.
Continua depois da publicidade
Em site especial, saiba tudo sobre coronavírus
No início da semana, a Associação Empresarial de Joinville (Acij) também demonstrou preocupação e cobrou medidas para amenizar os efeitos na economia. “Ninguém mais está mais gastando, as pessoas estão ficando com dinheiro exatamente para poder enfrentar a crise, porque não sabem como será o dia de amanhã”, alegou o presidente da entidade, João Martinelli.
As manifestações foram feitas no começo da semana, antes do endurecimento das medidas de prevenção, determinadas pelo governo do Estado e com aplicação a partir de quarta-feira. As restrições foram acompanhadas pela prefeitura de Joinville por meio de decreto. Até este sábado, Joinville registra quatro casos de coronavírus, com os pacientes em tratamento.
Nas crises econômicas mais recentes, Joinville reagiu de forma diferente. No final de 2008, os impactos da falência de bancos e financeiras internacionais chegaram com força na cidade, contribuindo para a eliminação de quase 5 mil empregos entre novembro e junho do ano seguinte. Apesar do ceticismo reinante, a recuperação no segundo semestre de 2009 foi espetacular e antes mesmo de os efeitos mais contundentes em Joinville chegarem em Joinville, os empregos haviam sido recuperados, com folga. Seria diferente em 2015.
Continua depois da publicidade
Os sinais da crise em 2014 não chegaram a causar a mesma comoção provocada em 2008, mas as consequências seriam bem mais devastadoras, com sequelas até hoje – como na construção civil, ainda sem retorno ao desempenho pré-crise.
Somente em 2015, foram cortados mais de 10 mil empregos em Joinville. Desde uma série histórica iniciada em 2002, a cidade nunca tinha fechado o balanço do mercado de trabalho formal no negativo, sempre contratava mais do que demitia. Na Prefeitura, o temor do atraso nos salários dos servidores era assunto dominando (não ocorreu).
A recuperação esperada para 2016 não se confirmou e foram mais 2,8 mil vagas a menos. Mais uma vez, saldo negativo. A retomada do emprego ocorreu nos anos seguintes, inclusive com o surpreendente primeiro lugar no País em 2017 na geração de postos de trabalho, com 5,6 mil vagas (Joinville já havia criado o dobro disso em outros momentos, mas como a volta do emprego foi mais tímida no restante do País, a cidade ficou no topo).
Mas seria somente no final de 2018 que as vagas foram integralmente recuperadas. É um fato importante, mas no saldo líquido desde o início da crise até então, foi de praticamente zero – ao final de um período de quatro anos, Joinville tinha o mesmo número de trabalhadores observado no início do intervalo. Agora em 2020, é a vez de enfrentar os impactos da pandemia do coronavírus.
Continua depois da publicidade