Santa Catarina tem a liderança no País, em dados proporcionais, em pedidos de demissões feitos pelos próprios trabalhadores: entre janeiro e maio, os desligamentos voluntários responderam por uma fatia de 46,5% das demissões. O Mato Grosso do Sul ficou em segundo lugar, com 42,2%. A média nacional apurada no mesmo período é de 33,4%. A pesquisa foi feita pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a Firjan, com base em dados do Caged.
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Na divulgação do levantamento, a Firjan questiona se o fenômeno da “Grande Renúncia” (“The Great Resignation”, em inglês), chegou ao País. A expressão é utilizada para abordar o elevado número de demissões voluntárias observadas nos últimos meses, em vários países. Pelo apurado pela entidade, 2,9 milhões de pessoas pediram demissão entre janeiro e maio deste ano. “Nunca tantos brasileiros deixaram seus empregos com carteira assinada voluntariamente”, apontou a nota técnica da Firjan.
O avanço foi de 35,2% nos pedidos de demissão em relação ao mesmo período do ano passado. A federação cita um contexto econômico diferente em relação ao início de 2014, período do recorde anterior em saídas voluntárias: naquele momento, a taxa de desemprego era menor. Ou seja, conclui a federação, mesmo com alto número de desempregados, grande número de trabalhadores pede demissão.
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Os Estados líderes na em pedidos de demissão (SC, MS, MT, PR, RS e RO) tiveram menor taxa de desemprego no primeiro trimestre do ano. Santa Catarina criou 84,3 mil empregos no primeiro semestre de 2022. “Sem dúvidas, um ambiente econômico local favorável é um incentivo para que os trabalhadores decidam pedir demissão”, alega a nota da Firjan. A pesquisa aponta outras situações. Os pedidos de demissão cresceram em todos os níveis de escolaridade, mas foram mais altos entre os trabalhadores com mais anos de estudo.
NA PANDEMIA
Além dos motivos tradicionais para os trabalhadores pedirem demissão, como questões pessoais, novos desafios e maiores salários, são citadas outras mudanças no mercado de trabalho, intensificadas pela pandemia, como novas modalidades de trabalho, globalização do mercado (trabalhadores podem atuar em empresas estrangeiras sem sair do Brasil) e “maior equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida”.
A participação das demissões voluntárias no total de desligamentos
