Mesmo que seja prematuro estimar a dimensão dos impactos do coronavírus na economia, ainda mais neste momento no qual, acertadamente, a prioridade é conter a propagação do vírus e salvar vidas, Joinville se encontra em momento econômico mais favorável do que há dez anos. Pelo menos era esse o quadro antes da pandemia.
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Não é uma situação ideal, sempre há parcelas da população sem ser contempladas pelas melhorias, mas houve avanço no emprego e a cobertura da rede de proteção social foi ampliada. Indicadores melhores tampouco significam blindagem aos prováveis futuros efeitos devastadores na economia. Mas revelam como foi a evolução da cidade em dez anos.
O crescimento do emprego formal ocorreu em dados absolutos e proporcionais. Na última atualização do Ministério da Economia, em dezembro do ano passado, Joinville contava com pouco mais de 200 mil trabalhadores registrados pela CLT. Ou seja, o mercado formal do emprego com carteira assinada está em 34% da população. Ao final de 2010, andava na casa dos 31%.
Se tratando de um município com quase 600 mil moradores e levando em conta o fato de a cidade ter passado por uma crise dura entre 2015 e 2016, com mais demissões do que admissões, é uma expansão expressiva. Os dados de 2020 do emprego ainda não foram divulgados pelo governo federal.
COBERTURA PREVIDENCIÁRIA
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A cobertura da Previdência Social é maior em relação a dez anos atrás. Em 2010, a cidade contava com 68 mil aposentados e pensionistas, um contingente equivalente a 13% da população. Passados dez anos, Joinville tem 98 mil pessoas recebendo aposentadoria ou pensão do INSS, conforme o balanço do ano passado. O grupo representa mais de 16% dos moradores da cidade – o Censo de 2010 contou 515 mil residentes na cidade, a estimativa populacional divulgada no ano passado pelo IBGE indica 590 mil pessoas morando na cidade catarinense. Há outros benefícios concedidos pela Previdência Social em Joinville, mas não foram incluídos pelo caráter mais eventual, sem duração mais prolongada como as aposentadorias e pensões.
ACRÉSCIMO DO BPC E BOLSA FAMÍLIA
O Benefício de Prestação Continuada, o BPC, teve evolução em Joinville nos últimos dez anos. O programa paga um salário mínimo mensal para idosos e portadores de deficiência com baixa renda. Em 2010, o BPC atendia 3,6 mil pessoas na cidade. Em fevereiro de 2020, mês da última atualização do Ministério do Desenvolvimento Social, são 5,8 mil atendidos.
O Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal, beneficiava em torno de 5,5 mil famílias em Joinville em 2010. Neste momento, até por conta do enfrentamento dos impactos econômicos do coronavírus, houve incremento recente no número de atendidos e agora são 7,4 mil famílias beneficiadas na cidade, a maior cobertura em onze anos.
Nesse intervalo, também cresceram as demandas em saúde, educação, infraestrutura e segurança, afinal Joinville ganhou quase 80 mil habitantes. Mas os indicadores econômicos mostram a partir de qual patamar a cidade vai enfrentar os impactos da pandemia de coronavírus.
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