Apesar da expectativa dos candidatos, a “influência” da pauta bolsonarista não teve impacto na eleição em Joinville. Após a eleição de 2018, quando o presidente alcançou 83% dos votos na cidade no segundo turno, Bolsonaro passou a ser considerado o fato decisivo na escolha para prefeito de Joinville. Por uma série de fatores, não foi o que ocorreu. A maior parte dos candidatos fez referências ao presidente, citou conexões, ainda que indiretas, mas o tema ficou longe de dominar a campanha. Os dois candidatos mais identificados com as bandeiras do presidente, Eduardo Zimmermann (PTC) e Nelson Coelho (Patriota), conquistaram 4,25% dos votos, somados. O Patriota conseguiu representação na Câmara de Vereadores com a vitória de Wilian Tonezi.
Continua depois da publicidade
> Em site especial, saiba tudo sobre as eleições 2020
> Eleições 2020: conheça os prefeitos eleitos nas cidades do Norte de SC
> Darci de Matos e Adriano Silva estão no segundo turno em Joinville
> Confira o resultado das Eleições 2020 nas principais cidades de Santa Catarina
Continua depois da publicidade
> Mapa eleitoral em Joinville: como foi o desempenho de Darci e de Adriano por região da cidade
A lista de motivos que explicam o reduzido impacto de Bolsonaro está nos próprios resultados das eleições presidenciais em Joinville: a votação do hoje presidente realmente foi estrondosa, mas se deveu também à oposição aos governos do PT já observada em disputas anteriores. Em 2016, Aécio fez 66% dos votos no segundo turno, por exemplo. Ou seja, nem toda a votação do então candidato do PSL foi motivada somente pela adesão a Bolsonaro, o oposicionismo já vinha de antes.
Ao deixar o PSL, evidentemente o presidente enfraqueceu o partido no País, com reflexos em Joinville. A legenda já vinha rachada na cidade e acabou ficando sob a liderança do grupo ligado ao deputado Fábio Schiochet. Os deputados Coronel Armando e Sargento Lima, se mantiveram filiados, mas se afastaram das ações partidárias. O PSL só definiu um candidato, Dalmo Claro, na reta final das filiações.
Bolsonaro também não se envolveu na eleição em Joinville, não gravou o tão temido vídeo a favor de alguém – havia adversários que consideravam tal manifestação decisiva para o resultado da eleição. Soma-se essas situações ao fato de Carlos Moisés ter desagradado os eleitores mais identificados com Bolsonaro, o que inviabilizou o voto automático em quem fez campanha com foco na pauta do presidente.
No segundo turno, a eventual relação com o governo Bolsonaro será tratada pelos dois candidatos, mas com mais ênfase em temas administrativo, de conexão entre prefeitura e governo federal, sem passar disso.
Continua depois da publicidade