É só olhar para a vizinhança da pretendida nova rodovia litorânea em Santa Catarina para se ter a dimensão do custo da Via Mar. As duas duplicações federais em andamento no Estado, nas BRs 280 e 470, estão custando R$ 3,2 bilhões em obras (há outras despesas, como desapropriações, projetos, supervisão, entre outras). As obras começaram há dez anos e continuam andamento. O Contorno Viário da Grande Florianópolis saiu por R$ 3,9 bilhões e levou mais de uma década em obras, com 50 km.
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No caso do Corredor Litorâneo Norte, os projetos executivos em elaboração vão apontar projeções de custo mais detalhadas, mas as estimativas iniciais apontam custo entre R$ 7,3 bilhões e R$ 9,2 bilhões. De onde virá esse dinheiro? Não há resposta neste momento, ainda que alternativas estejam em estudo. A Via Mar tem um traçado proposto de 145 km entre Joinville e o Contorno Viário da Grande Florianópolis, em rodovia duplicada com seis pistas (três para cada sentido). A futura rodovia visa desafogar a BR-101.
A rodovia litorânea pretendida começa e termina BR-101, cruzando as BRs 280 e 470 e seis rodovias estaduais. Assim como a 101, a Via Mar também tem acessos aos complexos portuários de São Francisco do Sul e de Itajaí/Navegantes. A rodovia é paralela à BR-101, com traçado mais ao interior – mas não tão distante da estrada federal, tanto que a denominação é de Via Mar, devido a possibilidade de a orla ser vista dos pontos mais altos e próximos da faixa litorânea. O plano é de construção de rodovia duplicada, com seis faixas (três para cada sentido). São 12 pontes, onze viadutos e um túnel.
Na década passada, a Fiesc sugeriu a SC-108, que também tem traçado de Norte a Sul no Estado como a via para absorver parte do tráfego da BR-101. A proposta era de duplicação. A entidade continua defendendo a ampliação da estrada estadual. Mas a intensa ocupação urbana no entorno acabou levando a SC-108 a ser substituída pelo Corredor Litorâneo Norte como prioridade para desafogar a 101.
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Busca de parceria
O governo do Estado pretende buscar uma parceria com a iniciativa privada. No modelo, evidentemente, seria feita uma concessão. No entanto, o investimento é pesado para ser bancado somente pelo pedágio – ou a tarifa poderia ter custo elevado demais. A construção do túnel entre Santos e Guarujá, por exemplo, estimada em R$ 6 bilhões, também será uma concessão. Mas a maior parte do investimento será custeada pelos governos federal e de São Paulo.
A sugestão feita pela Fiesc foi de abertura de um procedimento de manifestação de interesse (PMI). Pela modalidade, empresas podem apresentar propostas de modelagem financeira para viabilizar a construção e operação da rodovia. Como o prazo para os projetos e estudos ambientais é de dois anos, há esse intervalo para a busca da fonte de recursos para as obras, caso o plano seja pelo menos licitar a construção da Via Mar nesta década.
Como foram divididos os projetos de engenharia
Elaboração começou em outubro
Lote 1
Trecho: Joinville (Entrada BR-101) até BR-280 (Guaramirim)
Extensão: 26,85 km
Valor: R$ 2,2 milhões
Obras de arte especiais: 215 metros
Dois viadutos
Quatro pontes
Lote 2
Trecho: BR-280 (Guaramirim) até SC-415 (Massaranduba/São João do Itaperiú)
Extensão: 21,09 km
Valor: R$ 2 milhões
Obras de arte especiais: 155 metros
Um viaduto
Duas pontes
Lote 3
Trecho: SC-415 (Massaranduba/São João do Itaperiú) até SC-414 (Luiz Alves/Navegantes)
Extensão: 16,77 km
Valor: R$ 2,2 milhões
Obras de arte especiais: 60 metros
Duas pontes
Oito contenções
Lote 4
Trecho: SC-414 (Luiz Alves/Navegantes) até Rod. Antônio Heil (SC-486)
Extensão: 25,87 km
Valor: R$ 3,2 milhões
Obras de arte especiais: 660 metros
Quatro viadutos
Quatro pontes
Três contenções
Lote 5 (trecho a ser licitado)
Trecho: Rod. Antônio Heil (SC-486) até Contorno de Florianópolis
Extensão: 54,72 quilômetros
Obras de arte especiais: 660 metros
Quatro viadutos
Quatro pontes
Três contenções
Um túnel
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