O tabu histórico de Joinville em formar uma coligação ampliada com partidos de esquerda e centro-esquerda se manteve nas eleições 2020. No sábado, o PSOL até chegou a votar a possibilidade de aliança com PT, mas aprovou a candidatura própria, com Mayra Colzani. Mais ao centro, PDT e PSB ainda não se decidiram, mas o PT não está entre as opções. Ou seja, não será desta vez que Joinville terá a “frente de esquerda”.
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Antes das convenções, Francisco de Assis, a ser confirmado neste domingo como candidato do PT à prefeitura, defendia a formação da frente. Assis chegava a admitir a possibilidade de os petistas abrirem mão da cabeça-de-chapa. Mas era algo quase impossível de entregar: em quase 40 anos de eleições em Joinville, o PT jamais de ter candidato próprio na corrida pela prefeitura. Tem sido assim desde 1982. Mesmo sem as convenções terem iniciado, Assis já tinha uma nome encaminhado para vice, Antonia Grigol, embora alegasse abrir a vaga em eventual composição.
A insistência do PT acabou se transformando em êxito em 2008, com a vitória de Carlito. Mas ajuda a explicar, em parte, porque nunca teve a tal frente – o PT nunca deixou de ter seu candidato. Nenhum outro partido em Joinville tem o histórico de candidatura própria em quatro décadas, ou seja, desde o fim do bipartidarismo.
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Os momentos nos quais a esquerda e centro-esquerda estiveram mais perto ter formado o que poderia se chamar de frente foi em 2000 e 2008. Na última eleição do século passado, Carlito conseguiu atrair PCdoB, PSB e PV. Luiz Henrique foi reeleito no primeiro turno. Em 2008, ano da vitória do PT, Carlito só tinha o PR (hoje PL), conquistado na última hora por interferência externa. Um dos adversários foi Rodrigo Bornholdt (PDT), em aliança também com PCdoB e PSB (além do PSC). Não chegou a ser uma frente, mas ainda assim uma coligação maior do que a do vitorioso Carlito.
A aliança do PSOL com o PT era improvável. A Esquerda Marxista, com longo histórico de desavenças com os petistas, tem a maioria na legenda socialista e garantiu Mayara como candidata. Mas mesmo em eleições anteriores, sem a Esquerda Marxista ou com o grupo recém-chegado ao partido, o PSOL foi de nome próprio.
PT tenta agora confirmar o apoio do PCdoB. Assis afirma estar aberto ao diálogo com PSB e PDT, mas os dois partidos devem tomar outros caminhos. Os pedetistas lançaram James Schroeder como candidato a prefeito, mas ainda discutem o que será feito. O PSB só toma decisão na convenção de quarta.
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