Em confronto pitoresco entre a base governista e a oposição, a Câmara de Joinville adiou a votação sobre o projeto para permitir vereadores assumirem temporariamente na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados sem a necessidade de renunciar – assim, um vereador pode virar deputado por um período e depois retornar ao Legislativo municipal.
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A votação nem estava na ordem do dia, sendo incluída no início da sessão. Como se trata de uma emenda à lei orgânica, a aprovação precisa dos votos de 13 dos 19 vereadores. Em tese, um placar fácil de ser alcançado, afinal a proposta foi apresentada por 18 parlamentares no ano passado. Só que a coisa inverteu.
O vereador com mais chance de assumir é Jaime Evaristo (PSC), primeiro suplente de sua coligação na Câmara dos Deputados. Há outros vereadores na suplência, mas em posições mais distantes. Só que Jaime recentemente deixou a oposição e foi para a base. E o governo Udo passou a cobrar de vereadores hesitantes o voto na emenda, uma forma de ajudar Jaime. Já a oposição, mordida com Jaime, se posicionou contra.
A cartada da oposição veio com a posição de Ninfo König , o líder do PSB: ele solicitou a obstrução e, com isso, os demais vereadores do PSB não podem votar. A posição foi decisiva porque, sem pelo menos de um dos votos do PSB, a base não teria os 13 votos necessários. Irritado, Jaime lamentou a postura de Ninfo. Os governistas, então, resolveram ficar discursando até o tempo regimental se esgotar: quando chegou as 19 horas, o presidente Claudio Aragão (MDB) encerrou a sessão, deixando a discussão para esta terça-feira (16).
O curioso é que Jaime Evaristo tem chances de assumir no lugar de Rodrigo Coelho, deputado federal que deve se licenciar para concorrer a prefeito em 2020. Coelho é justamente do mesmo partido de Ninfo e não teria se envolvido na pendenga. Mas mesmo que a emenda não passe, Jaime poderá recorrer à Justiça para assumir sem precisar renunciar ao mandato de vereador.
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