O “subsídio” pago pela prefeitura de Joinville às empresas de ônibus está provocando um impacto suplementar no transporte coletivo: se o município determinar a retomada de todos os horários e linhas reduzidos desde o ano passado, vai ter que ajudar a pagar a conta. A equação ficou clara em reunião realizada na noite de segunda-feira pela comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores, com participação da prefeitura e empresas, além de representantes da comunidade.
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Antes da pandemia, os ônibus de Joinville circulavam em média 1,6 milhão de quilômetros por mês, somados. Na retomada, em setembro, os veículos passaram a rodar apenas a metade. Com o passar do tempo, mais linhas e horários foram retomados e a circulação está em 950 mil kms mensais. Se a conta for feita por ônibus em circulação, a quantidade de veículos está quase no mesmo patamar anterior à pandemia – restrição de ocupação, menor demanda de passageiros etc. justificam a situação de rodar menos com quase o mesmo número de ônibus. A movimentação de passageiros ainda está distante do patamar anterior à pandemia.
Mas mesmo com a redução no sistema, principalmente com mais intervalos entre as linhas, o transporte coletivo está operando com prejuízos. Por causa desse déficit, a prefeitura pagou R$ 13,3 milhões desde agosto do ano passado até agora. O repasse atende às decisões judiciais apresentadas pelas empresas. Em nova ação, as concessionárias apontam que o montante deveria ser ainda maior.
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A Secretaria de Infraestrutura de Joinville alega que é preciso “equilíbrio” e “responsabilidade”. Na reunião na Câmara, o secretário Jorge Correia de Sá citou que os cálculos dos custos do transporte são baseados no índice de passageiros por quilômetro rodado, o IPK. Assim, maior quilometragem em linhas de reduzida demanda implica em maiores custos. O secretário alegou que a prefeitura já tem dificuldade hoje para fazer o pagamento do repasse às empresas – um montante maior seria ainda mais complicado.
O vereador Brandel Junior (Podemos) perguntou se as empresas não poderiam bancar pelo menos 50% do “subsídio” (cobertura do déficit) até o final de ano, com a prefeitura bancando o restante. A proposta seria para permitir a retomada de todos os horários. As empresas e a prefeitura ficaram de avaliar, mas não haveria como se comprometer naquele momento. “Como gestores, temos que ter a responsabilidade sobre a questão das despesas”, alegou o secretário Jorge.
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