Os impactos econômicos nos 40 dias iniciais da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho foram duros em Joinville, “anulando” as conquistas em empregos dos últimos anos. Além disso, os efeitos na economia ainda estão no começo, sem perspectiva ainda de início da recuperação. A cidade de Santa Catarina começou o ano com 204 mil trabalhadores no mercado formal, o 20º maior contingente do País – Joinville tem a 36ª maior população entre os municípios brasileiros.
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Na crise de 2015 e de 2016, Joinville perdeu 13,3 mil vagas no mercado formal. Desde o início da série histórica, em 2002, a cidade nunca tinha apresentado desempenho negativo em um ano: sempre as contratações superavam as demissões. As perdas foram recuperadas nos dois anos seguintes, até com algum ganho: na prática, Joinville chegou ao final de 2018 com o mercado de trabalho um pouco acima do patamar do final de 2014, antes da crise – houve recuperação dos empregos perdidos e acréscimo de 1,5 mil vagas.
No ano passado, foram criadas mais 6,6 mil vagas. Dessa forma, a cidade que havia perdido 13,3 mil empregos na crise conseguiu abrir 21,4 mil postos de trabalho, um avanço de 8,1 mil empregos em cinco anos. Pois em 2020, o saldo é de perda de 8 mil vagas, equivalente ao que foi conquistado em anos anteriores. A arrancada até foi positiva em janeiro e fevereiro, com mais de 2,8 mil postos criados. Mas veio a queda em março e derrocada em abril, com 10,9 mil demissões a mais do que contratações.
A queda no emprego vai continuar porque houve mais demissões em maio, como demonstra a maior procura pelo seguro-desemprego. O impacto econômico tem duração incerta, mas se estenderá, na melhor das hipóteses, pelos próximos meses. Outra situação preocupante para o mercado de trabalho é a duração limitada da medida provisória que permitiu suspensão dos contratos de trabalho e redução de jornada, com diminuição dos salários e compensação parcial pelo governo federal. Se não houver prorrogação, o programa tem duração de 90 dias, com estabilidade por até mais três meses, dependendo da modalidade adotada.
Na prefeitura de Joinville, a estimativa é de que serão em torno de 25 mil empregos perdidos ao final da pandemia. Em março e abril, chegou quase à metade da projeção. A expectativa foi baseada em indicadores nacionais ajustado para as características de economia local, condição capaz de reduzir a expectativa do número de demissões, segundo a administração municipal.
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