A auditoria contratada pelo Sindicato dos Servidores de Joinville (Sinsej) não só confirmou o déficit atuarial do Ipreville como apontou um montante maior. A apuração foi exigida pelo próprio sindicato, após questionamentos em relação ao déficit atuarial – a alegação era de que o valor poderia ser menor e, com isso, a reforma da Previdência não seria necessária. Com a entrega da auditoria, a Câmara de Vereadores retomou a análise dos projetos enviados pelo Executivo, com pretensão de votar ainda em agosto. O Sinsej promete manter a mobilização contra a reforma e vai exigir informações sobre “inconsistências”.
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> Sindicato dos Servidores de Joinville encerra suspense e entrega auditoria sobre Previdência
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O déficit atuarial do Ipreville é de quase R$ 1,3 bilhão. Esse é o aporte, a ser desembolsado pela prefeitura nos próximos anos, necessário para manter a capacidade de pagamento de aposentadorias e pensões no futuro. É um repasse “extra”, além da contribuição patronal e do pagamento de rolagens. Desse montante, R$ 960 milhões foram reconhecidos e o restante ainda está dentro do prazo para reconhecimento. É para reduzir esse déficit, que hoje representa pagamento de R$ 3 milhões mensais, que o governo Adriano Silva quer aprovar a reforma.
A auditoria contratada pelo Sinsej apontou déficit atuarial de R$ 1,7 bilhão, uma diferença de R$ 432 milhões. “A auditoria comprovou a existência do déficit atuarial e a necessidade da reforma. A diferença no cálculo atuarial é razoável nessas projeções”, diz o presidente do Ipreville, Guilherme Casali, citando que a diferença é de 6% se forem levados em conta os benefícios concedidos e a conceder. O Ipreville alega também que o cálculo atuarial contratado pelo instituto leva em conta especificidades de Joinville, mapeadas pela série histórica de cálculos anteriores.
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A presidente do Sinsej, Jane Becker, reconhece a existência do déficit atuarial, mas considera “surpreendente” a diferença. “Sabemos que é comum ter diferenças entre cálculos atuariais, mas disparidade de quase R$ 500 milhões surpreendeu”, diz a dirigente sindical. A análise do Sinsej dos relatórios da auditoria também apontou “inconsistências” de dados que, conforme o sindicato, precisam ser explicadas pela prefeitura de Joinville, citando ainda a possibilidade de apuração pela Câmara. As situações seriam referentes a anos anteriores. Nesta quinta-feira, os servidores realizam assembleia para definir as próximas medidas. “A mobilização contra a reforma vai continuar”, garante Jane.
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