Joinville começa uma nova administração nesta sexta-feira com o MDB fora formalmente do poder, circunstância incomum nas últimas duas décadas na cidade, até porque o partido ganhou a maioria das eleições. Mas é a primeira vez em quase 25 anos em que uma gestão municipal inicia sem a perspectiva de participação oficial do MDB, ainda que determinados integrantes do governo Udo tenham sido mantidos.
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O PMDB, hoje MDB, voltou a comandar Joinville em 1997, com a vitória de Luiz Henrique. O partido que havia comandado a cidade entre 1973 e 1988 com Pedro Ivo, o próprio Luiz Henrique e Wittich Freitag, havia ficado fora da prefeitura entre 1989 e 1996 – “fora” é força de expressão, a legenda não tinha participação formal, mas havia peemedebistas nas gestões naquele intervalo.
Com a volta de Luiz Henrique, o MDB nunca mais deixaria o poder em Joinville, com exceção de período entre 2011 e 2012. LHS foi reeleito em 2000, deixou o cargo de prefeito para Marco Tebaldi (PSDB) em 2002 para concorrer a governador e o tucano ganhou a reeleição em 2004. Foi a única vez na história do PMDB em Joinville na qual a legenda não teve candidato próprio a prefeito – a participação foi com Rodrigo Bornholdt, eleito vice-prefeito. Mas o partido, aliado formal, participou da gestão do PSDB.
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O relacionamento entre PMDB e Tebaldi teve momentos de divergências, principalmente quando o prefeito deixou claro que queria Darci de Matos, então no DEM, como seu sucessor. Mas apesar das rusgas, os peemedebistas nunca desembarcaram do governo Tebaldi.
Em 2008, o candidato do PMDB a prefeito, o ex-prefeito de Rio Negrinho e relativamente recém-chegado a Joinville Mauro Mariani, enfrentava dificuldades em criticar a então administração pelo fato de seu próprio partido fazer parte. Mariani ficou em quarto lugar. Assim que Carlito Merss (PT) e Darci foram para o segundo turno, o PMDB, na maioria, passou a apoiar o petista – um grupo minoritário ficou com Darci.
No governo de Carlito, a partir de 2009, a aproximação houve já na disputa pela presidência da Câmara, com Tânia Eberhardt (PMDB) como candidata governista. Mas Darci articulou a oposição e Sandro Silva (PPS) foi eleito. Os peemedebistas acabaram entrando na administração do PT e só saíram em 2011, por determinação de Luiz Henrique e outras lideranças – naquele momento, o partido já tinha Udo Döhler como pré-candidato a prefeito. É possível apontar aquele período, antes do início dos mandatos de Udo (2013-2020) como o único em que o MDB não esteve oficialmente no poder nos últimos 25 anos. Agora, ao que tudo indica, inicia outro momento, ainda que a bancada de vereadores eleitos do MDB já tenha manifestado interesse na participação da nova administração.