Tóquio, região central da monumental cidade em 2002. Era decisão do mundial de futebol entre Brasil e Alemanha. Adrenalina a mil. Dia do jogo. Saíamos para a cidade de Yokohama de trem às 9h, para um percursos que não dura mais de 40 minutos. O jogo era às 20h, no horário local, e a antecedência se justificava pelo forte esquema de segurança a que somos submetidos em uma Copa do Mundo.

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No trem, todos se olham e nada falam. As feições faciais dizem tudo. Japoneses nem aí. Cabisbaixos, fazendo conta no computador ou no celular, ou ainda dormindo. Ninguém fala. Em japonês, a gravação anuncia, na voz de um locutor de voz fina e ligeiro: “Próxima estação, Yokohama”. Pronto. Chegamos. Começa uma viagem pelo centro de imprensa do estádio de Saitama, com direito a várias varreduras da segurança, na tentativa de detectar alguma credencial falsa ou coisa parecida.

A noite não chegava. As especulações aumentavam. De vez em quando alguém incendiava o ambiente com uma fake news do tipo: “Fenômeno parece que sentiu o músculo posterior da coxa”. Era a forma de passar o tempo. Almoço às 14h, lance às 16h e janta às 18h. O negócio era comer para passar o tempo. Todo mundo louco. O estádio abre os portões e em 10 minutos lota.

Neste sábado, dia 7, não teremos público, mas a imprensa estará lá no estádio. Fico imaginando a loucura que será para os profissionais, mais uma vez, na cobertura do Brasil decidindo um título em Yokohama. Vejo a mesma importância nas duas decisões, ainda que eventos diferentes. Oxalá o final possa ser tão espetacular como foi 2002, com o narrador Pedro Ernesto, da Rádio Gaúcha, abandonando a narração e iniciando a celebração de uma mini missa, com direito ao Pai Nosso e Ave Maria durante os minutos finais do jogo.

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A vez do basquete no comando 

O comando do esporte catarinense nem sempre foi do esporte. A Fesporte foi concebida no governo de Esperidião Amim e consolidada com Vilson Kleinübing. Ao longo dos anos tivemos bons nomes e outros nem tanto no comando da fundação. Políticos, gente interessada em se promover, candidatos a cargos eletivos ou trampolineiros.

Desta vez parece que o esporte ganhou, com um ex-atleta, basqueteiro, campeão brasileiro e com serviços prestados a Santa Catarina. Kelvin Nunes Soares aqui chegou em 1987. A atuação como professor com destaque para o incentivo e formação de atletas de basquete ganharam notoriedade e o levaram a várias conquistas.

Hoje ele comanda a Fesporte. Conversei com ele na CBN/Diário e trago alguns pontos.

Kelvin Nunes Soares, presidente da Fesporte
Kelvin Nunes Soares, presidente da Fesporte (Foto: Antonio Prado, Fesporte, Divulgação)

Conquista maior 

A primeira meta de Kelvin era melhorar o orçamento da entidade, possibilitando maiores investimentos. Em pouco mais de quatro meses, elevou o orçamento de R$ 20 milhões para R$ 60 milhões. Correu os municípios com forte ligação com o esporte para detectar problemas e necessidades.

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Onde aplicar

Tramitam 62 convênios na Fesporte em parceria com os municípios catarinenses destinados à construção e reformas de instalações esportivas pelo Estado, totalizando R$ 5,6 milhões. A meta é fazer os recursos chegarem ao maior número de municípios possível. Neste período de volta às aulas estão sendo distribuídos kits de materiais esportivos para 1.088 escolas catarinenses, com investimentos de R$ 3,2 milhões.

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Pide

A Fesporte criou o Programa de Iniciação Desportiva Escolar (Pide), disponibilizando 500 bolsas para estudantes universitários de educação física, que irão desenvolver projetos de iniciação esportiva por todo o Estado. Serão mais de R$ 4 milhões em bolsas e mais R$ 2 milhões em materiais esportivos. Outros projetos estão em andamento.

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Giro Total 

Não estreou: Decepcionante a campanha da Chapecoense na Série A do Brasileiro. Diria que ainda não entrou em campo. Jair Ventura foi um equívoco. Mozart outro. Argel Fucks poderia ser uma boa possibilidade. Ficou na ameaça, mais uma vez. A direção da Chape precisa decidir o que ela quer no campeonato e que perfil precisa para começar a jogar.

A vaga: Depois de termos quatro cubes do Estado na Série A, corremos o risco de ficar sem nenhum. A responsabilidade está com Avaí e Brusque, na Série B. 

Reforços: O Avaí ainda não parou. Habilitou o atacante Rômulo, que inclusive já pode ser usado pelo técnico. É reforço de peso. 

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História: Fim de semana de grande expectativa nos Jogos Olímpicos. Muito provavelmente esta Olimpíada deva ter a melhor participação brasileira da história.

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