Enquanto o Campeonato Catarinense não volta e a saudade aumenta é hora de relembrar a nossa história. Quem vive o futebol catarinense há algum tempo não pode se esquecer de algumas finais do Estadual. O futebol era jogado no sistema 2-3-5. Depois inventaram um tal de quarto zagueiro, que na verdade é o terceiro na linha da zaga.
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Recuaram o ponteiro esquerdo para ser o terceiro homem do meio-campo, tornaram a marcação mais rígida e começamos a era dos jogos sem gols, prevalecendo a força acima da técnica. As decisões de campeonatos hoje não são como no passado, onde o placar, às vezes, era até exagerado. Hoje, 1 a 0 é o resultado preferido. Dizem que é fruto do equilíbrio das equipes.
O vovô de SC
A década de 1950, que foi quando me identifiquei com o futebol, pertenceu ao Carlos Renaux, de Brusque. Conquistou dois títulos (1950 e 1953) e três vices campeonatos, em 1952, 1957 e 1958. As decisões com o Hercílio Luz, de Tubarão, foram notáveis e ambas foram para o terceiro jogo, em Florianópolis, campo neutro.
Os irmãos Bolognini e Teixeirinha – considerado o melhor jogador catarinense – comandavam a equipe. Teixeira estava nos três vices, e nunca foi campeão catarinense. Esta década termina com o Paula Ramos campeão em 1959.
O time dos Freitas
A década de 1960 nos brinda com o aparecimento do Metropol, de Criciúma, chamado time da família Freitas. Um tricampeonato: 1960, 1961 e 1962. Não foi só. Mais dois títulos em 1967 e 1969 e dois vices campeonatos, em 1965 e 1966. Foram 10 anos de soberania e em vários deles representou Santa Catarina na antiga Taça Brasil.
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O Marcílio Dias, de Itajaí, foi o grande adversário, principalmente no tricampeonato. Nilso e Madureira formaram a dupla que fez história nas conquistas do Metropol, que teve no goleiro Rubão uma grande atração.
31 anos depois
Florianópolis recupera o título estadual em 1972, com o Figueirense, e vive um novo momento. Os clássicos com da Capital foram as decisões da década mais emocionantes. Em 1975, o título do Avaí – vitória por 1 a 0, com o famoso gol de Juti – foi espetacular. Dizia-se que o Figueirense tinha mais time e o Avaí jogadores que faziam a diferença e o mais citados eram Zenon e Balduíno, com Veneza na zaga.
O maior campeão
Os anos 1980 pertenceram ao Joinville. Nascido em 1976, o JEC conquistou a maior sequência de títulos da história de SC. Foi octacampeão sem interrupção, além de outros títulos. A decisão inesquecível, na minha visão, foi contra o Figueirense, em 1984, no Estádio Orlando Scarpelli, debaixo de um temporal.
No ano seguinte, a final foi contra o Avaí, em Itajaí, já que o Estádio Ernestão estava interditado. As torcidas dos dois entupiram a BR-101. Nardela foi o grande jogador da história. Com ele, Wagner Bacharel, Alfinete, Paulo Egidio, Barbieri, Maringá, Geraldo Pereira, um timaço.
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> Campeonato catarinense retorna em julho
Campeão do Brasil
Na década de 1990 surgiu o Criciúma, assumindo a supremacia do futebol catarinense. O maior titulo foi em 1991, com a conquista da Copa do Brasil, em 1991. O jogo decisivo contra o Grêmio foi inesquecível.
Toque do Bob
> Não dá para esquecer o acesso do Figueirense à Série A do Campeonato Brasileiro contra o Caxias-RS, em 22 de dezembro de 2001. O jogo estava para terminar quando Abimael, de cabeça, marcou. A torcida não aguentou e invadiu o campo. Foi duro para garantir depois no tribunal o acesso.
> Em 1954 vi um dos maiores times de SC. O Caxias, de Joinville, que fez sete gols no terceiro jogo final contra o Ferroviário, de Tubarão, na Capital. Juarez, que depois foi para o Grêmio, marcou cinco.
> A curiosidade desta decisão foi que a um minuto de jogo o Ferroviário teve um pênalti a favor defendido pelo goleiro Puccini, que também considero um dos melhores que vi em Santa Catarina.
> A volta do futebol em SC
> A decisão de 1988 na Ressacada foi de brilho nas arquibancadas, qualidade em campo e um adversário a altura, que foi o Blumenau. Ceará, o administrador da Ressacada, garante que naquela decisão tinham 35 mil torcedores. Homem bom…
> Outra decisão especial foi em 1994, no Scarpelli, com o Figueirense fazendo 2 a 0 no Criciúma, com dois gols de Ricardo, ex-jogador do Avaí. Muito contestado na época, ele calou a torcida, que teve de se curvar ao futebol dele.
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