Estou me referindo ao clássico Figueirense e Avaí. Nada mais emocionante o dia em que os dois se encontram, especialmente para quem viveu parte da história desde garoto. O Estádio Adolfo Konder sempre foi o palco especial deste jogo. O torcedor ficava junto à cerca que o separava do gramado, bem junto a ponto de escutar tudo que era dito pelos jogadores. Vê-los de pertinho era algo sensacional. 

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Mais tarde, o início da carreira no rádio e na condição de repórter de campo, entramos nas transmissões do futebol. A posição de baliza que hoje ninguém sabe o que é era a do repórter atrás do gol. E aí foi exatamente que o saudoso Carlos Alberto Campos criou a história da “Zona do Gemido”. 

Explico: é que atrás do gol, quase em cima da rede e das traves, a gente escutava tudo e especialmente os gemidos dos jogadores na área. E tanto na cerca quanto atrás dos gols são muitas as histórias. 

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Hoje, quando registro nomes de jogadores do passado, algumas pessoas e até companheiros levam na brincadeira, não acreditando. Eles não viram um clássico com Adolfinho, Nizeta, Bráulio, Tião, Saulzinho, os irmãos Bitinho e Miltinho, Júlio Camargo, Procópio…. Enfim muita camisa, amor e emoção em campo, além de um futebol de qualidade.

Alguns nem chegaram a ver Rubão, Maneca, Souza, Moacir, Bi, Juca, Caco, Tião Marino, Land e tantos outros como Renato Sá, Rogério Avila e, mais recentemente, Zenon, Balduino, Lourival, Cavallazzi, Carlos Roberto, Orivaldo, Morelli e por aí. Tenho muita saudade deles. Da iniciação no futebol, a média idade, o início e a carreira no rádio e televisão. 

Eles fizeram a minha vida ser mais alegre.

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O clássico era jogado sob aplausos das duas torcidas. Vaias? Nem pensar. Brigas? Muito menos. Havia rivalidade respeitosa, sim. Compreensão e entendimento pelo melhor em campo. Diziam que era um futebol romântico, sem violência até uma determinada época. 

Atualmente, a emoção fica por conta de torcedores mais antigos ou de parentes que cultivam a paixão da família. Jogava-se para ganhar. Hoje, joga-se para manter o emprego. 

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O futebol ofensivo de hoje é barrado pelos esquemas defensivos para garantir o resultado. O futebol mudou. A rivalidade aumentou a partir da chegada de um profissionalismo muito forte, que faz esquecer o escudo de cada camisa. 

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Há pouca identificação. Não se vê em campo um jogador nascido por aqui, criado no futebol da Ilha de SC, que tenha mais emoção e respeito à camisa que veste. 

Entretanto, vida que continua – e o futebol também. Neste sábado (26) vamos nos ver envolvido com mais um clássico Figueirense x Avaí. Não há melhor nem pior. Há uma história centenária por trás do clássico. E como tal deve ser respeitada. 

Vamos ao Scarpelli e que seja como antigamente: apenas um jogo de futebol. Pois outros virão. E mais outros…

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Que vença o melhor.

Favoritismo? Não há muito o que dizer. Isso muda a partir do momento em que a bola rola. Quem chega melhor no clássico também é subjetivo. O deste sábado tem um ingrediente novo: a colocação dos dois na tabela do Campeonato Catarinense.

Correm risco? Uma derrota do Avaí e a situação fica muito critica. Para o Figueirense não é muito diferente.

Melhor esperar o jogo.

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