O Avaí foi notificado pelo Sindicato dos Atletas Profissionais de Santa Catarina, cujo presidente é o ex-jogador Marcelo Cruz. Ele já esteve reunido com o presidente do Azurra, Francisco Battistotti, além de alguns membros da diretoria do clube. A reunião ocorreu no último dia 20. Foi dado um prazo ao Avaí para, até 5 de setembro, saldar não só os salários mas os direitos de imagem dos jogadores.
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O Avaí prometeu dentro do possível até o dia 6 ou 7 de setembro resolver o problema ou grande parte dele. O clube da capital catarinense devia três meses de salários (CLT) e cinco de direitos de imagem, além de premiações e outros débitos de 2018 com parte do grupo.
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Pagamento
O Avaí quitou após a reunião uma folha salarial (CLT) e pagou na última semana R$ 90 mil por três premiações ainda com problemas a saldar.
Por elei, o sindicato só pode atuar se algum atleta denunciar o atraso de pagamento do seu clube. Marcelo Cruz garantiu ao presidente do Avaí que há denúncia formalizada, sem apresentar o nome do denunciante.
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O Avaí questionou sobre denúncias de outros clubes com os mesmos problemas, mas o Sindicato informou que nenhum outro time promoveu denúncia, se não teria atuado.
Se a quitação não for feita integralmente até o prazo estipulado, o Sindicato vai ao STJD e se julgado, segundo o presidente Marcelo Cruz, pode perder pontos na Série B, dependendo dos pareceres dos auditores. Por isso, em forma de protesto, os jogadores do Leão continuam sem dar entrevistas.
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Advogado e torcedor
Conhecido nos meios jurídicos e desportivos, o advogado Anatólio Pinheiro Guimarães Filho, ex-diretor e torcedor avaiano, enviou comentário à coluna que, pela sua credibilidade e conhecimento, vale extrair algumas opiniões que julgo importantes:
Anatólio começa dizendo: “Isso não é novidade para ninguém, porque em face dessa pandemia generalizada provocada pelo coronavírus, não somente os clubes de futebol, como as empresas em geral, tiveram perda expressiva de suas receitas, e por esse motivo estão atravessando por dificuldades que eram imprevisíveis. Assim, esse fato por si só seria o suficiente para afastar o requisito da culpa, que deve estar obrigatoriamente presente na prática de atos ilícitos, sejam eles civis ou trabalhistas, a justificar, por exemplo, a exigência de indenização material ou moral.”
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Sobre a denúncia ao STJD
O advogado Anatólio Pinheiro Guimarães cita um dos maiores juristas esportivos do país em seu comentário:
“Segundo, uma das atribuições estatutárias de qualquer Sindicato, é a de promover a paz social nas relações do trabalho e isso não se consegue com denúncias que, longe disso, trarão mais prejuízos aos seus associados. Daí porque, neste instante, me lembro de um conselho recebido há muito tempo do meu querido e saudoso amigo Dr. Valed Perry, que foi um dos maiores expoentes da Justiça Desportiva no Brasil. Ele me dizia: advogado não é bandeira para estar em cima do mastro. E isso vale, também, para os presidentes de qualquer Sindicato profissional.”
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A denúncia
O advogado, torcedor do Avaí e ex-diretor do clube desafia o presidente do Sindicato dos Atletas a exibir qualquer documento, assinado por atleta vinculado ao Avaí, efetuando uma denúncia por salários atrasados e requerendo a intervenção do Sindicato.
Se essa denúncia houvesse, ela deveria ser encaminhada, também, ao Ministério Público do Trabalho, para que as providências adotadas sejam de cunho uniforme e generalizado, atingindo a todos os clubes profissionais e não somente ao Avaí.
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Anatólio Pinheiro Guimarães diz que, numa análise geral da situação, acha que o presidente do Sindicato está muito mais como instrumento de conflito e de discórdia, no interesse não sabe de quem, do que agindo em nome da classe que representa.
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Nossa opinião
Enquanto isso, os jogadores continuam sem dar entrevistas punindo o torcedor que gostaria de ouvi-los sobre os jogos do campeonato e o Avaí não tem a menor ideia de quem foi o denunciante no Sindicato.
Os comentários continuam fortes principalmente pelo péssimo futebol que o time apresentou em Goiânia, perdendo para o fraco Vila Nova.
O advogado do Avaí, Sandro Barreto, confirmou a luta do presidente Battistotti em conseguir os recursos para cumprir esse novo prazo acertado em reunião realizada dia 20, na Ressacada.
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