Surpresas e mais surpresas neste início do Campeonato Catarinense. Os candidatos ao título estão desmentindo os prognósticos, dando lugar a especulações efetivas que o campo vem mostrando. Não é só em Santa Catarina. Os campeonatos estaduais nos trazem a realidade do nosso futebol em meio a muita rivalidade. É deles que saem nomes para o futuro. E querem acabar com os estaduais, alegando prejuízos financeiros. 

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Claro, se não se programarem com projetos sólidos – que chamamos de pés no chão –, se não cumprirem uma programação dentro do traçado, o prejuízo ocorrerá em qualquer lugar. Nós temos exemplos neste ano em SC. Os clubes de menor projeção e estrutura se prepararam com objetivos bem definidos: permanência na Série A do Estadual e uma vaga na Série D do Brasileiro.

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Os demais estão jogando o Estadual pensando no nacional e preocupados com este ou aquele jogador, se servem ou não para jogar as séries A, B ou até C. Passam o campeonato montando o elenco e vão perdendo força no Catarinense.

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O novo presidente do Avaí, Júlio Heerdt, fala em projeto que garantiria o clube por quatro anos na elite nacional. Não existe. A palavra projeto é para enfeitar texto de um comunicado ou uma entrevista. Existe vitória, e se ela não vier, não há projeto. Enquanto isso, Hercílio Luz, Camboriú, Concórdia, Marcílio Dias, Brusque e Próspera vão vivendo o momento, na esperança de 2022 ser o ano da glória, com a conquista do Estadual. A bola que estão jogando lhes dá o direito de assim pensar. Este pode ser o ano de um título fora do roteiro. Quem sabe, será o ano deles.

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Bem-vindo

Uma história de 104 anos está de volta ao cenário do futebol catarinense. Quem viveu a época de ouro sabe que o Hercílio Luz, de Tubarão, nascido em 22 de dezembro de 1918, foi o primeiro clube catarinense a disputar uma competição nacional. Foi a Taça Brasil, em 1959, quando o Leão do Sul foi a Curitiba de avião, numa jornada histórica e inesquecível.

Está de volta e me faz lembrar de Salim Mussi, o presidente do bicampeonato de 1957 e 1958; o filho dele, Michel Miguel Mussi, também presidente e que já nos deixou; Túlio Zumblick e a família toda dedicada a vida do clube, e Zenon. Um novo filme está no ar, fazendo jus à história do Hercílio Luz.

> Os grandes estão cedendo terreno

Personagem

Nasceu no balneário do Estreito, fez a vida no futebol no Figueirense, atuou por oito anos na Chapecoense, defendeu o América-MG, tentou voltar ao time do coração, e nada. Foi o Hercílio Luz que o abrigou e lá está novamente fazendo história. O zagueiro Rafael Lima é um dos personagens do Campeonato Catarinense neste ano.

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> As primeiras indicações do Estadual

O diferencial

Insisto, e talvez até de forma repetitiva: nasci vendo o meia armador que comandava um time de futebol, figura que hoje já não existe mais. O último craque da posição talvez tenha sido Zenon. Alguém é capaz de lembrar de Rogério Ávila, do Avaí? De Sérgio Lopes, do Figueirense? E Nardela, no Joinville.

Alguns jogavam até um pouco mais atrás, como segundo volante ou o antigo meia direita. Balduíno, por exemplo, fazia tudo: conduzia bem a bola, protegia, armava e concluía as jogadas. Não vejo mais. 

O futebol perdeu a essência, o drible, a inteligência, a elegância para o jogo bem jogado. Como não ser saudosista?

> O que gostei e que não gostei no Estadual

Ela errou

Conversei com Charlly Deretti, árbitra e ex-atleta de futsal e futebol. O papo, que vai ao ar neste domingo, dia 13, no programa Giro Total, da CBN/Diário, às 14h, ela conta a trajetória no esporte e faz uma revelação que eu nunca tinha visto nenhum árbitro fazer publicamente: 

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– Eu errei. Fui aos jogadores e confessei que minha marcação estava errada. Eles aceitaram e o jogo seguiu normalmente – disse ela, ao marcar um pênalti em um jogo. 

Achei a atitude dela perfeita. Foi verdadeira. Assumiu e tornou público, sem justificativas. Está fazendo um bom campeonato neste ano.

> Um ano de esperança para o futebol de Santa Catarina

Inimaginável

Uma trajetória vitoriosa cheia de títulos e uma queda brutal e cruel para a torcida. O Joinville de hoje está longe de ser o JEC da família Hansen, de Waldomiro Schutzler, Mauro Bley, Gerd Baggenstoss, Osni Fontan, Carlos Alberto Virmond, José Pereira Sagaz e outros nomes históricos da vida do tricolor do Norte. Acompanhei a trajetória vitoriosa, como conheci de perto América e Caxias, antes da fusão. Triste ver o futebol de Joinville na atual situação.

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Giro Total

> Fiel:

O desembargador João Henrique Blasi, que assumiu a presidência do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SC), no discurso de posse citou o Figueirense, que todos sabem é o time da família e com efetiva participação na história do clube.  

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> Mudança:

No comando do judiciário em SC alteração. Sai o Joinville (Ricardo Hoesler) e entra o Figueirense (Blasi). Para os mais antigos, assume o TJ-SC a União Democrática Nacional (UDN). Sim, antigamente, tudo girava em torno de PSD e UDN na Capital. 

> Projeto inovador (1):

Na decisão da Recopa, no dia 20 de janeiro, foi iniciado um projeto de estudo piloto para o monitoramento do trio de arbitragem. Através de GPS e em tempo real, a análise é feita para verificar uma série de dados, entre elas as condições físicas dos árbitros.  

> Projeto inovador (2):

A iniciativa é do núcleo de pesquisa e desenvolvimento do futebol e futsal da UFSC, por meio do projeto IDEA fut, em parceria com a Federação Catarinense de Futebol (FCF).

> Recuperação:

Aproveitando o bom momento do futebol, o Hercílio Luz também conseguiu a ordem para recuperação judicial. O processo está em andamento.

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