Novembro marcará o terceiro ano sem Delfim Peixoto Filho no comando do futebol catarinense. Foram 31 anos de pulso firme e um estilo muito pessoal. Chegou Rubens Angelotti, que nunca imaginou entrar para o complexo mundo da administração do futebol. Uma pequena experiência como dirigente do Tigre em 1995 até 2012. Em 2014 assumiu a vice-presidência da FCF no sul do Estado. Por conta da morte de Delfim chegou ao comando do futebol catarinense em 2016. Conversamos com ele para discutir o momento atual do futebol catarinense. Abaixo a entrevista:

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Já detectou quais são nossos principais problemas?

Rubens Angelotti: Depois de uma pequena avaliação concluímos pela necessidade de mudanças administrativas, maior controle nas contas e ampliação de atuação junto aos clubes e ligas.

Isso foi feito?

Sim. Criamos e ampliamos as competições, totalizando 17 sob nossa organização.

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O que está acontecendo com o futebol de SC?

Temos limitações financeiras que nos impedem de montar equipes competitivas. Os dirigentes, apontados como culpados, colocam em risco seu patrimônio pessoal na tentativa de superar os obstáculos. Não temos uma grande metrópole, mas um conjunto de médias cidades onde o futebol se organiza e sobrevive graças à ações pontuais.

Comenta-se que se Delfim fosse vivo a situação não chegaria a esse ponto.

Os tempos são outros e as ações também. Não podemos repetir o que se criticava no passado. Nenhuma federação tem o poder de evitar insucessos dos seus clubes.

Delfim peitaria a CBF, como fez alguma vezes. O Sr. Já fez isso sobre a arbitragem?

Peitar dirigentes, filiados ou qualquer segmento da sociedade esportiva, não faz parte da minha índole. Do que não abro mão é que os clubes de Santa Catarina sejam respeitados. Sempre que entendo como necessário agir tenho ido à CBF. Os presidentes podem testemunhar.

De que forma a FCF pode ajudar os clubes?

Nossa administração tem cumprido uma série de medidas que visam a promover a diminuição dos custos dos jogos. Em inúmeros jogos a FCF tem socorrido os clubes, postergando a liquidação de débitos.

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A CBF manda mensalmente uma verba de auxílio para a Federação. De quanto é?

Há muitos anos a CBF contempla as federações estaduais com uma ajuda financeira para custear as folhas de pagamento. Os valores são de responsabilidade da CBF, a quem compete se manifestar”.

E se os quatro clubes que jogam o nacional caírem de divisão? Como ficamos? Algum plano para salvá-los?

Torcemos fortemente para que isso não ocorra, mas cada clube tem sua administração na qual não podemos interferir.