Para quem viveu e conheceu as dificuldades enfrentadas pelo nosso futebol uma boa análise hoje nos levaria a um salto técnico de qualidade. Parece ter sido simples assim. Não foi, não está sendo e nunca será. Temos muita dificuldade em nos projetar em nível nacional. Por isso é que se disse que o momento em que tivemos quatro representantes na elite do futebol brasileiro era um acontecimento irreal. Logo veio a pergunta: crescemos ou o Brasil não é mais o melhor do mundo? A segunda hipótese é verdadeira. 

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Há muitos anos que não somos o melhor futebol do mundo. Inverteu-se a situação. Estamos importando técnico e exportando jogadores. Enquanto isso, nossos dirigentes não estão vendo que a cada dia aparecem novos garotos brasileiros pelo mundo afora sem nunca terem jogado por aqui. Assim é o nosso futebol. Nathan, do Atlético-MG, é de Blumenau, Guga é carioca foi formado no Avaí, assim como Gabriel, e outros tantos que não conseguimos segurar.

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Vivemos hoje da expectativa de transferências para termos direito a minguados percentuais rotulados de “clube formador de atleta”. A grande verdade é que Santa Catarina ainda não foi reconhecida para o futebol brasileiro. Temos os títulos de todas as séries e até da Copa do Brasil. Ainda não temos a Série A.

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Enquanto isso não acontecer, vamos continuar engatinhando e formando jogadores para o exterior. Basta começar o Campeonato Brasileiro para que esta verdade fique muito clara. 

Candidatos 

Estamos com três representantes na Série B do Campeonato Brasileiro. A grande imprensa não nos vê com candidatos ao acesso. Estamos lendo e ouvindo que o Cruzeiro e América-G, Paraná, Juventude, Vitória, Botafogo, Guarani, entre outros, seriam possíveis candidatos. Em nenhuma relação se vê um catarinense com chances de acesso. Sabem o que é isso? É a visão que se tem do futebol catarinense.

A realidade 

No principal campeonato do país o nível técnico também é muito baixo. Isso fica evidente quando se tem uma semanada de jogos da Liga dos Campeões. Um futebol rápido, passes precisos, esquemas produtivos, qualidade individual, jogadas ofensivas em direção ao gol contra as nossas retrancas formidáveis, onde o objetivo é garantir o emprego, esquemas indefinidos, pouca qualidade e a cadencia dos jogos, que mais parece o ritmo de um samba canção romântico. Hoje, sem valores individuais que façam a diferença, há uma distância muito grande do futebol brasileiro para o jogado na Europa.

Tiradas do João

Em 1969 o jornalista João Saldanha mostrou o que viria a ser mais tarde o chamado futebol solidário. João não batia escanteio. Saía jogando, sob alegação de que tinha muita gente na área. Precisava tirá-los de lá.

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Chamava os quatro zagueiros de linha burra que jogavam para impedir o ataque adversário e nem sempre dava certo. João dizia: “Como isso pode dar certo, se numa linha de quatro, o quarto zagueiro é o terceiro?”. Era muito avançado para a época.

Toque do Bob

> Fim de semana com decisão na Champions League, um acontecimento que não pode ser ignorado. Sem os espanhóis e os ingleses, estamos vendo finalmente a tão esperada ascensão do Paris Saint Germain na Era Neymar.

> Com as últimas atuações e, em caso de título, o brasileiro certamente terá muita chance de ser o número um do mundo, posição que persegue em campo, mas que derrapa fora dele. Caso contrário, acho que já teria chegado.

> Outra atração da semana foi a largada dos playoffs da NBA, o maior basquete do mundo. Atrações imperdíveis que nos levam a apreciar um basquete bem jogado, cheio de esquema e valores individuais, onde Lebron James, dos Los Angeles Lakers, quebrou o recorde de assistências, mas foi superado por uma atuação gigantesca dos Blazers, insuperáveis nas bolas de três, no primeiro jogo da série, na noite da última terça-feira, dia 18.

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> A Série B do Campeonato Brasileiro chega neste fim de semana à quinta rodada em meio algumas transferências de data, por conta da pandemia. A partir da próxima semana, já se pode começar numa avaliação mais profunda da nossa participação.

> Nossos representantes na Série B ainda não se definiram. Falta um bom caminho a percorrer para pensar em acesso.

> Neste momento o torcedor está apostando numa subida do Brusque, não só pelo futebol que está jogando, mas pelas ações rápidas da direção. Com a contusão séria do artilheiro Edu, o Brusque não perdeu tempo e foi buscar Itinga, destaque do Juventus.