Por isso, estamos jogando futebol e tendo problemas a cada dia.O ano de 2020 entrou para a história da humanidade com o coronavírus. Uma pandemia que chegou e está longe de se afastar de nós. Pelo mundo afora os números sobem e descem, de acordo com o comportamento das pessoas. As autoridades insistem exaustivamente que ainda estamos numa curva perigosa e que só uma vacina poderá resolver. E ninguém sabe quando ela virá.

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O povo, por sua vez, não pode ouvir uma notícia de que os números estão baixando e corre imediatamente para as ruas, praias, baladas e todo tipo de aglomeração. Na maioria das vezes, sem mascara e ignorando as recomendações da saúde. O mundo voltou as atividades nos mais variados segmentos. Por que não o futebol?

Falamos de Brasil, o segundo país mais infectado e em números de mortes do mundo. Estamos atrás apenas dos Estados Unidos. Aqui decide-se jogar uma partida 10 minutos antes do horário marcado, por conta de uma decisão na Justiça do Trabalho. Confirmou-se que a bagunça continua, o desrespeito aos clubes também e aí está a diferença dos outros países: aqui quebra-se um galho em cima da hora para evitar problemas de calendário e coloca-se em risco a vida do ser humano.

LAMBANÇA

De tudo que andou acontecendo nos últimos dias, clubes com números altíssimos de infectados, dificuldades para montagem de um time para entrar em campo, dirigentes querendo o futebol a qualquer custo, profissionais tendo que entrar em campo sob pena de terem seus contratos rescindidos, futebol sendo decidido pela justiça trabalhista, enfim, está mais que evidente que não era a hora do futebol.

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ARGUMENTOS

E não é só o futebol que deveria esperar um pouco mais. Outras atividades como transporte coletivo, bares, restaurantes, praias, tudo que provoca aglomeração deveria ter esperado um pouco. Reconheço que a necessidade financeira dos empresários, a pressão sob as autoridades para as liberações, tudo contribuiu para que uma provável segunda onda do coronavírus venha a se consumar. Pior do que tudo isso é o Flamengo, um dos clubes mais atingidos pelo Covid 19, ser o primeiro a pedir a liberação de pelo menos 30% da capacidade dos estádios para a volta do torcedor.

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ELEIÇÕES

A pandemia não será suficiente para a demagogia política em tempo de eleições. Prefeito do Rio de Janeiro largou na frente autorizando público nos estádios na cidade. São Paulo protestou com ameaças dos clubes não entrarem em campo. O país acompanha estarrecido a estéril discussão pelo futebol com a vida ficando de lado. Não duvidem: a velha política vai prevalecer e quanto mais aumenta o número de mortes e infectados, mais eles vão liberar ou escancarar o futebol com a presença da torcida, que, aliás, também deseja ardentemente voltar aos estádios. Estamos vivendo um momento crítico.

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TOQUE DO BOB

> Juca Kfouri foi um dos líderes, senão o maior, da campanha que tirou Ricardo Teixeira da CBF e trouxe a público informações exclusivas, que mexeram com a Fifa. Deu no que deu.Velha discussão

> Qual a melhor Seleção Bde todos os tempos? Para a maioria, e depende muito da geração, foi a de 1970. Outros dizem ter sido a de 1982. Nada disso. Quem não viu, não verá mais: uma seleção com Didi, Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Zito e ainda Zagalo como jogador, tem que ter sido a melhor de todas. Foi em 1958.

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> Levantei o assunto no Estádio CBN, na última segunda-feira, dia 28, com o jornalista Juca Kfouri, que concordou totalmente. Para a Fifa, a melhor foi a de 1970. Para nós, a de 1958.

> A propósito, da passagem do Juca Kfouri pelo programa, as observações dele chamaram a atenção. Perguntei:

– Qual a diferença da CBF de Ricardo Teixeira para Rogério Caboclo?

– O atual é mais discreto – disse ele, que emendou:

– Você tem alguma dúvida de quem manda no futebol brasileiro? Marco Polo Del Nero.